"O amor foi logo"
As coisas morrem.
Morrem as coisas
Velhas e as jovens.
Átropos pode
Dispor do corte
Ao fio, afoita:
A vida é folha
Que o vácuo sopra.
A vida, o agora
Que até consola.
Os olhos podem
Tudo. E as vozes
De todo sonho.
Os sonhos morrem
Porque são sonhos.
O cosmo morre.
O quando morre.
O verbo morto
Implora por
Doses de amor.
O amor não morre.
Mas como foge
Do amante próprio!
O amor foi logo
Cedinho embora.
O vão da cova
que mais comporta?
Um dia novo
Sem mais desgostos.
Um dia outro...
Por que, ó amor,
Embora foste
Antes da noite
Dos beijos doces,
Da eterna volta?
Não são só sombras?
Não são só sobras?
Nada mais morre?
És a grã sorte? E
Bates a porta.
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