"Aurora"
Em todo infinito
Há um deus inscrito...
Invento o intervalo
Em que se esvaem os
Gritos de grafite.
Mas, de vez em quando,
Evito calá-los.
Berro alto, solto
Outros verbos, deixo
A língua liberta,
Sem amarra ou eixo.
Erato? Co' a lira
Ofertando os versos,
Recitando a vida
Para mim, contemplo-te.
Teus dedos imergem
Em meus dedos. Técnica e
Desejo. Teu flerte
Reflete o meu ver-te
Em mim. Poesia.
Registras quimeras
Nas folhas, e afago-as.
A morte? A impaciente.
Que não se apavore e
Dê-se convidada,
Descanse ao sofá
Da sala, sossegue,
Lance-se a um bom livro,
Enquanto preparo um
Café. É manhã!
4 comentários:
Belíssimo!
Enorme enfrentamento, meu querido Adriano... Só quem é fefiz pode fazê-lo.
Abraço
Do adocicado afago das mãos entrelaçadas ao ferocinismo da espera plácida da morte na sala-de-estar, sua poesia (como sempre!) já é bastante madura no dia amanhecido.
Forte abraço, Adriano!
Amada Zélia,
Que bom que você gostou do poema! Fico muito feliz!
Abraço fraterno,
Adriano Nunes.
Caro Wilson,
Imensamente feliz estou com as suas palavras! Muito obrigado!
Abraço fraterno,
Adriano Nunes.
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