segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Adriano Nunes: "Às pressas, à Atena"

"Às pressas, à Atena"


Atena, estimada
Deusa, quase agora,
A andar pelo bosque,
Contaram-me as Ninfas
Sobre uma jovem
Tecelã da Lícia
Que se vangloria,
Com vasta alegria,
De ser a melhor
De todas, não só:
Mas também de ser
Superior a
Ti, aos teus bordados.
Assim, curiosa,
Fui, às pressas, ver
Se tal fato, claro,
Era verdadeiro.
Não gosto de intrigas,
Sabes bem, porém,
Ao ver os tecidos
Da jovem, senti
Que a beleza ali
Fazia morada.
Tudo é tão perfeito!
Nunca tinha visto
Nada igual, e nem
Os teus mais divinos
Teares capazes
Serão de aos de Aracne
De fato igualarem-se.
Não fiques zangada!
Quer desafiá-la?
A Hermes já peço
Que, depois, de haver-te
Dado tal mensagem,
À moça mortal
De teu ciúme diga,
Qu' esse desafio
Desde já aceite.
Beijos, ó querida,
De Artemis, amiga.
Está por um fio
A arte, acredita!

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