quarta-feira, 28 de março de 2012

Adriano Nunes: "Entre silêncios de silício"

"Entre silêncios de silício"



A tarde se esvai,

Entre gritos de grafite, gestos gastos e ais.
Nenhum indício da tua existência,
Só a saudade impregnando os livros e essa
Angústia presa às palavras,

Para lembrar-me do que é preciso ser dito.
Tonto, o meu coração tropeça
No ritmo de tudo que me sinto.
Teu espectro surpreende-me,
Enquanto escrevo estes versos, às pressas.

A tarde se esvai,

Entre silêncios de silício...
Vingam os vestígios da inconsciência, e
A solidão me encarcera. Será regra?
Outro signo se solta do eclético tédio.
Cego, o meu coração tolera
O metro de tudo que me penso.
À socapa, teu espectro embaraça-me,
Enquanto a noite despenca 

Do infinito do que em mim  quero.

Nenhum comentário: