sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Adriano Nunes: "Aurora"

‎"Aurora"


Em todo infinito
Há um deus inscrito...

Invento o intervalo
Em que se esvaem os 

Gritos de grafite.


Mas, de vez em quando,
Evito calá-los.
Berro alto, solto 

Outros verbos, deixo
A língua liberta,


Sem amarra ou eixo.
Erato? Co' a lira 

Ofertando os versos,
Recitando a vida
Para mim, contemplo-te.

Teus dedos imergem
Em meus dedos. Técnica e
Desejo. Teu flerte 

Reflete o meu ver-te
Em mim. Poesia.


Registras quimeras

Nas folhas, e afago-as.
A morte? A impaciente.

Que não se apavore e
Dê-se convidada,

Descanse ao sofá
Da sala, sossegue,
Lance-se a um bom livro,
Enquanto preparo um

Café. É manhã!






4 comentários:

Zélia Guardiano disse...

Belíssimo!
Enorme enfrentamento, meu querido Adriano... Só quem é fefiz pode fazê-lo.
Abraço

Wilson Torres Nanini disse...

Do adocicado afago das mãos entrelaçadas ao ferocinismo da espera plácida da morte na sala-de-estar, sua poesia (como sempre!) já é bastante madura no dia amanhecido.

Forte abraço, Adriano!

ADRIANO NUNES disse...

Amada Zélia,


Que bom que você gostou do poema! Fico muito feliz!


Abraço fraterno,
Adriano Nunes.

ADRIANO NUNES disse...

Caro Wilson,


Imensamente feliz estou com as suas palavras! Muito obrigado!


Abraço fraterno,
Adriano Nunes.