"O fotógrafo" - Para Tiago Pires Corrêa
Da lente cristalina à vítrea lente,
O liame, o lance, o além, a lembrança,
Alguma coisa que nunca se alcança,
O frágil ver que se esvai conivente.
Da retina, a rotina, a leve dança
Das imagens, o que se quer presente,
O nítido registro, o inconsciente
Que interage, que sobre a vida avança.
Eis revelado o gozo, o gesto gasto,
A paisagem do pensar, o momento
A modelar-se, à máquina, sedento.
A foto não seria um sentimento,
Pelo argênteo nitrato, pelo vasto
Circo cromático, do amor o rasto?
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