"Elegia menor"
Vão-se os véus desta tarde
Com a chuva. Faz frio
E em mim nova foz crio.
Depois, o pensar arde
Ante o impulso sombrio
E co' esperança assiste
O peito, gota a gota.
Surtos no céu, quem nota?
Há quem furos aviste,
Buracos na calota,
Furos no firmamento,
Por onde as minhas lágrimas
Fogem, feito uma rima
Do que se sabe acima.
Constrói-se cinza o dia.
Que poderei fazer
Pra dar-me a algum prazer?
Que voz me abrigaria?
Que resta pra dizer?
A noite virá treva
Apenas? Treva a fio,
Plena de desafios?
A que a tarde me leva?
Ao ritmo que aprecio?
Pelas frestas do teto, o
Poema em mim penetra,
Aos pingos, letra a letra,
Instigante, inquieto...
Que tormenta em meu cérebro!
Um comentário:
Adriamigo,
Precisamos, sim, nos rever, e terminar aquele soneto! Vejo aqui que vc. tem tentado novas experiências poéticas. Gostei muito de "Um poema".
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