sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Adriano Nunes: "Ser é sangrar-me"

"Ser é sangrar-me"

Digo que sinto
O que só sinto.
Mas não será
O que em mim há
Apenas isso:
Da solidão
Voraz vestígio?
Digo que sou
O que só sou.
Mas não seria
A alegoria
Do não-ser? Ou
Dessa ilusão
O ritmo rígido?
De ser desisto.
Ser é sangrar-me
Por mais estar
Mesmo restrito.
Múltiplo ou mito,
Tudo em mim arde,
Outros há. Sinto-os.

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