terça-feira, 22 de setembro de 2015

Adriano Nunes: "Atado à existência"

"Atado à existência" 


Da infância querida
Que resta? A memória
Já gasta, a saudade
Desperta, a ilusão
De que um dia volta
O tempo sem volta.
Sorvete de essência,
Pedaço de pão
Com carne moída,
Refresco em garrafa
De refrigerante.
Era tudo importante.
Era tudo ou nada
No fulgor da vida.
Eis que algo fica
Atado à existência
Agora: a emoção
De poder lembrar
Com tantos amigos
Os dias mais íntimos
Da infância perdida.
Era tudo ou nada
No furor da dita.

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