domingo, 31 de maio de 2015

Adriano Nunes: "De alvoroços e dos gozos álacres"

"De alvoroços e dos gozos álacres"


Descobri-te em minha solidão.
Eras a carne tesa e a vontade
De sempre só ser. Eras o mar
E toda a amplidão azulada,
O movimento e o sal. Mas eu não
Sabia que mais te amalgamar
Iria em meus olhos, porque cada
Gesto teu, cada dita palavra
Eram o corpo de tantas tardes,
De alvoroços e de gozos álacres .
E tua língua a roçar o amar
Como se dissesse: já não há
Nada no mundo que nos separe!
E abrigamo-nos nessa ilusão.

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