quinta-feira, 28 de maio de 2015

Adriano Nunes: "Amor"

"Amor"


Que me importa
Se o meu fígado foi dilacerado
Por corvos ignotos?
Que me importa
Se a pedra que ergui
Agora rola veloz para baixo?
Que me importa
Se irei mergulhar no lago sem volta?
Ser Prometeu, Sísifo ou Narciso...
Quando se é. É só isso. É sério.
Tudo é tão óbvio!
Quânticos fígados!
Quantos esforços!
Quantos reflexos!

E beijei a face do meu amor,
Hoje, pela manhã, e em mim detive
A certeza de que não sou mais triste.

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