"Percepção"
Está partindo
De mim um batimento,
Tum-tá!,
Um bater intenso,
Tum-tá!,
Está chegando,
Enfim, um sentimento:
Será
Que com ele dá para amar?
Será
Que com ele dá para dar
A volta por cima,
Acima de toda razão?
Será
Que com ele as coisas
Vingarão como são?
Será?
Está partindo
De mim um batimento,
Tum-tá!,
Um bater violento,
Tum-tá!,
Está chegando,
Assim, um pensamento.
Feito em 19 de abril de 2005 em Santana do Ipanema/AL.
quarta-feira, 27 de julho de 2011
Adriano Nunes: "Do coração"
"Do coração"
A cada dia,
O meu coração descobre
Que pode ir de sustos à sorte
De saber-se incluso
Na alegria de muitos
Batimentos e,
Batendo,Tendo que bater,
A todo momento,
Mais forte,
Parece compreender
A dinâmica de tal prazer.
Ó, coração, esforça-te,
Bate,
A cada fragmento de tempo,
Mantendo-te,
Da súbita parada fora do alcance,
Da ubíqua morte mais distante,
Do horizonte do olvido, além, longe,
A qualquer instável instante,
Bate,
É preciso bater, portanto,
Para que não ter-
Mine o amor
Sem o múltiplo fluxo de teu canto!
20 de maio de 2005, Santana do Ipanema/AL
A cada dia,
O meu coração descobre
Que pode ir de sustos à sorte
De saber-se incluso
Na alegria de muitos
Batimentos e,
Batendo,Tendo que bater,
A todo momento,
Mais forte,
Parece compreender
A dinâmica de tal prazer.
Ó, coração, esforça-te,
Bate,
A cada fragmento de tempo,
Mantendo-te,
Da súbita parada fora do alcance,
Da ubíqua morte mais distante,
Do horizonte do olvido, além, longe,
A qualquer instável instante,
Bate,
É preciso bater, portanto,
Para que não ter-
Mine o amor
Sem o múltiplo fluxo de teu canto!
20 de maio de 2005, Santana do Ipanema/AL
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segunda-feira, 25 de julho de 2011
Adriano Nunes: "Através da vidraça"
"Através da vidraça"
Chove... Toda a vida
Embaça a vidraça:
Nem a sensação
De que tudo passa
Calha... Mas agora
Entre o que soçobra,
O sorver e o ver-
So é uma lágrima.
Chove... Toda a vida
Embaça a vidraça:
Nem a sensação
De que tudo passa
Calha... Mas agora
Entre o que soçobra,
O sorver e o ver-
So é uma lágrima.
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domingo, 24 de julho de 2011
Adriano Nunes: "O estranho é isto"
"O estranho é isto"
Enquanto espero
O verso
Vir à tona, o tempo
Vai passando,
Tal estranho,
Adiante,
A deambular
- De volta ao lar? -
Sem saber que
Eu o observo.
(O limite)
Adentra o
Símile ente...
- A trama se trança
Feito teia de aranha -
À casa
Da quimera mágica.
Como alcançá-lo,
Sem receios,
De onde estou, com
Uma palavra
(O liame)
Dita? Tudo
Abriga-se em meu âmago:
A intriga, o traço, o estrondo
Do impulso incontido, no círculo
Íntimo de um
Livro,
Ululante alegria.
O estranho é
Isto:
O meu coração
(O olimpo)
Livre, o sentido,
A língua, além
Do que, à socapa,
Escapa,
O êxtase em existir... Ainda.
Enquanto espero
O verso
Vir do olvido, o tempo
Vai-se programando, pesando,
Podando o próprio canto.
Enquanto espero
O verso
Vir à tona, o tempo
Vai passando,
Tal estranho,
Adiante,
A deambular
- De volta ao lar? -
Sem saber que
Eu o observo.
(O limite)
Adentra o
Símile ente...
- A trama se trança
Feito teia de aranha -
À casa
Da quimera mágica.
Como alcançá-lo,
Sem receios,
De onde estou, com
Uma palavra
(O liame)
Dita? Tudo
Abriga-se em meu âmago:
A intriga, o traço, o estrondo
Do impulso incontido, no círculo
Íntimo de um
Livro,
Ululante alegria.
O estranho é
Isto:
O meu coração
(O olimpo)
Livre, o sentido,
A língua, além
Do que, à socapa,
Escapa,
O êxtase em existir... Ainda.
Enquanto espero
O verso
Vir do olvido, o tempo
Vai-se programando, pesando,
Podando o próprio canto.
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sexta-feira, 22 de julho de 2011
Adriano Nunes: "viagem" - Para Paulo Sabino.
"viagem" - Para Paulo Sabino
aprender desde já:
o passaporte
viável está
(nem mesmo a morte
é tão disponível...)
à tez do coração.
- nítido o universo
à mão -
o infinito
está imerso em um
verso.
não vês?
aprender desde já:
o passaporte
viável está
(nem mesmo a morte
é tão disponível...)
à tez do coração.
- nítido o universo
à mão -
o infinito
está imerso em um
verso.
não vês?
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terça-feira, 19 de julho de 2011
Adriano Nunes: "Do coração" - Para Romério Rômulo
"Do coração" - Para Romério Rômulo Campos Valadares
Felizes elas,
Longe, as estrelas,
Etéreas, altas,
No cosmo, intactas.
Tantas estrelas...
Sempre tão delas,
Mágicas, alvas,
Tão longe, intactas.
Formosas elas,
Fogueiras... Vê-las
Além, Tão castas,
Tão sós, intactas.
Outras estrelas
Vingarão? Belas
Serão? Tão áureas...
Todas intactas!
Felizes elas,
Longe, as estrelas,
Etéreas, altas,
No cosmo, intactas.
Tantas estrelas...
Sempre tão delas,
Mágicas, alvas,
Tão longe, intactas.
Formosas elas,
Fogueiras... Vê-las
Além, Tão castas,
Tão sós, intactas.
Outras estrelas
Vingarão? Belas
Serão? Tão áureas...
Todas intactas!
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quinta-feira, 14 de julho de 2011
Adriano Nunes: "Da quase elegia" - Para Tiago Torres da Silva
"Da quase elegia" - Para Tiago Torres da Silva
Veste-se a alegria
Do véu do devir.
Do céu, vejo vir
A verve do dia.
O que abrigaria
De luz o porvir?
Ao verso servir
Outra alegoria?
De que valeria
Atento intervir
Na vida por vir
Da quase elegia?
Veste-se a alegria
Do véu do devir.
Do céu, vejo vir
A verve do dia.
O que abrigaria
De luz o porvir?
Ao verso servir
Outra alegoria?
De que valeria
Atento intervir
Na vida por vir
Da quase elegia?
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quarta-feira, 13 de julho de 2011
Adriano Nunes: "microscopia" - Para Lidia Chaib e Péricles Cavalcanti
"microscopia" - Para Péricles Cavalcanti e Lidia Chaib
não adianta
me propor outro
tipo de amor -
ele não é algo
triste -
o amor, (seja
o que for,
ao tempo resiste!)
o imenso amor,
o mágico
amor,
o amor-
amor,
tanto amor,
quem iria supor?,
existe!
não adianta
me propor outro
tipo de amor -
ele não é algo
triste -
o amor, (seja
o que for,
ao tempo resiste!)
o imenso amor,
o mágico
amor,
o amor-
amor,
tanto amor,
quem iria supor?,
existe!
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sexta-feira, 8 de julho de 2011
Adriano Nunes: "Para dentro do momento"
"Para dentro do momento"
Outro deserto
Ou um desenho
Feito de nossos desejos?
Grácil abrigo
Ou algo alegre
Para estar a sós contigo?
Velha ilusão,
Vasta ilusão...
E o sentir esvai-se em vão.
Porém ainda
Não escapamos
Do íntimo labirinto
Daquela dúvida
Que nos empurra
Para dentro do momento,
Da vez, do encanto
Da grã pergunta:
Pra que nos amamos tanto?
Outro deserto
Ou um desenho
Feito de nossos desejos?
Grácil abrigo
Ou algo alegre
Para estar a sós contigo?
Velha ilusão,
Vasta ilusão...
E o sentir esvai-se em vão.
Porém ainda
Não escapamos
Do íntimo labirinto
Daquela dúvida
Que nos empurra
Para dentro do momento,
Da vez, do encanto
Da grã pergunta:
Pra que nos amamos tanto?
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Adriano Nunes: "Que pode o verso"
"Que pode o verso"
Irei guardar-vos
Dentro do âmago,
Amor rasgado.
Cada sorriso
Dado, primeiro.
E cada sonho
De sol, perdido,
Depois dos beijos
Que só concebo,
Enquanto ardo
Nos vãos do quarto.
A vida mais
A seguir, claro,
A que vós tínheis
A mim reservado.
Vozes e vínculos...
E vossa alma
Outra alegria
Queria, o mínimo
Que pode o verso.
Reinventávamos
Tudo, até certos
Caos e desertos.
Em nós o amor
Era o impostor
Que venerávamos.
Marcante era
Tanto sentir
A falta do
Outro, qual loucos.
Uma palavra...
Assim brincávamos
De iludir logo
Os nossos corpos,
Com o infinito
Sempre escondido
No que à vez dito
Fora, não mais
Que isso. O átimo
Sem um propósito.
Irei guardar-vos
Dentro do âmago,
Amor rasgado.
Cada sorriso
Dado, primeiro.
E cada sonho
De sol, perdido,
Depois dos beijos
Que só concebo,
Enquanto ardo
Nos vãos do quarto.
A vida mais
A seguir, claro,
A que vós tínheis
A mim reservado.
Vozes e vínculos...
E vossa alma
Outra alegria
Queria, o mínimo
Que pode o verso.
Reinventávamos
Tudo, até certos
Caos e desertos.
Em nós o amor
Era o impostor
Que venerávamos.
Marcante era
Tanto sentir
A falta do
Outro, qual loucos.
Uma palavra...
Assim brincávamos
De iludir logo
Os nossos corpos,
Com o infinito
Sempre escondido
No que à vez dito
Fora, não mais
Que isso. O átimo
Sem um propósito.
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quinta-feira, 7 de julho de 2011
Adriano Nunes: "Dos homens comuns"
"Dos homens comuns"
Por favor, silêncio!
O dragão que abrigo
- Minha solidão -
Devora mais um
Pensamento agora...
Ele sequer liga
Para estes versos
Que, contente, invento.
Ele não se importa
Se com isto a vida
Vale e vibra e vinga.
Por favor, silêncio!
O dragão que abrigo
Em meu coração
É o magno mistério
Dos homens comuns.
Por favor, silêncio!
O dragão que abrigo
- Minha solidão -
Devora mais um
Pensamento agora...
Ele sequer liga
Para estes versos
Que, contente, invento.
Ele não se importa
Se com isto a vida
Vale e vibra e vinga.
Por favor, silêncio!
O dragão que abrigo
Em meu coração
É o magno mistério
Dos homens comuns.
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domingo, 3 de julho de 2011
Adriano Nunes: "soneto cibernético"
"soneto cibernético"
acesso: quimera ponto com ponto...
sobre a tecla o infinito espera e pronto:
aberto o cosmo, clica-se no canto
da página: nova página. enquanto
o programa não responde de pronto,
leio emeios, compro, pesquiso, apronto,
copio, colo, outra janela... espanto-
me: vejo em redor, que mágico encanto!
insiro-me em sites... tempo medonho.
em bate-papos: nicks, fakes... me exponho.
blogs youtube facebook... tudo estranho.
esse mundo agora não tem tamanho:
armazeno-o, adiciono-o, componho-o,
navego-o, divulgo-o, deleto-o... sonho!
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Adriano Nunes: "O espantalho" - Para Antonio Cicero
"O espantalho" - Para Antonio Cicero
Não mais tenho os meus
Artelhos de palha
Velha, nem a mente
A voar co' os corvos.
Quase a chuva e sol
Cegaram-me. Uns pelos,
Do espelho de orvalho,
Vão-se, longe, sinto-os,
De mim, como folhas
Que levar se deixam,
Além, espalhando-me.
Sou esta fagulha
Que aos poucos se esvai,
Tralha sobre tralha,
Trapo sobre trapo...
Perdi-me, entre agulhas,
As pilhas de milhos,
As ilhas de emendas,
As trilhas das traças
E o que partilhei
Com todos, meu ser
De pano e propósito,
O espantalho à espera
Da grã primavera.
Abro bem os braços
E em mim embaralho-me.
Um dia terei
Cabelos grisalhos?
Espanto-me. Encanto-me.
Em um salto mágico,
Todo o cosmo varro, e a
Dizer que me adora
Ouço o vento agora.
Não mais tenho os meus
Artelhos de palha
Velha, nem a mente
A voar co' os corvos.
Quase a chuva e sol
Cegaram-me. Uns pelos,
Do espelho de orvalho,
Vão-se, longe, sinto-os,
De mim, como folhas
Que levar se deixam,
Além, espalhando-me.
Sou esta fagulha
Que aos poucos se esvai,
Tralha sobre tralha,
Trapo sobre trapo...
Perdi-me, entre agulhas,
As pilhas de milhos,
As ilhas de emendas,
As trilhas das traças
E o que partilhei
Com todos, meu ser
De pano e propósito,
O espantalho à espera
Da grã primavera.
Abro bem os braços
E em mim embaralho-me.
Um dia terei
Cabelos grisalhos?
Espanto-me. Encanto-me.
Em um salto mágico,
Todo o cosmo varro, e a
Dizer que me adora
Ouço o vento agora.
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sábado, 2 de julho de 2011
Adriano Nunes: "Entre os três pratos rasos"
"Entre os três pratos rasos"
Era todo o intervalo
Entre os três pratos rasos
E a fala, o gesto rápido
De dizer as palavras
Como se a vida nada
Importasse ali, dada
À alegria que achávamos
Não abrigar no lar.
Seguir em frente... O plano?
Tínhamos que nos dar
À chance, ao coração
De uma nova manhã.
Era todo o intervalo
Entre os três pratos rasos
E a fala, o gesto rápido
De dizer as palavras
Como se a vida nada
Importasse ali, dada
À alegria que achávamos
Não abrigar no lar.
Seguir em frente... O plano?
Tínhamos que nos dar
À chance, ao coração
De uma nova manhã.
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Adriano Nunes: "Liame estreito"
"Liame estreito"
O verso, mesmo
Dentro do tempo,
Não tem momento:
Vem quando quer
Dar-me sossego.
Quando não quer,
Finge qualquer
Estorvo sério
E some, certo
De que o meu ser
Vis regras segue.
Às vezes, sente
Que é parte de
Minha genética e
Logo regressa...
Há meses, tento
Mantê-lo preso
À consciência e
Ao que desejo.
Então, percebo o
Liame estreito
Entre as ideias,
A folha e o preço
Pago: Somente
Um rastro, espectro
De ilusão, resta.
Agora quer
Deixar-me alegre
Co' o seu regresso
Mágico. Ó verso,
De mim por que en-
Fim não se despe?
O verso, mesmo
Dentro do tempo,
Não tem momento:
Vem quando quer
Dar-me sossego.
Quando não quer,
Finge qualquer
Estorvo sério
E some, certo
De que o meu ser
Vis regras segue.
Às vezes, sente
Que é parte de
Minha genética e
Logo regressa...
Há meses, tento
Mantê-lo preso
À consciência e
Ao que desejo.
Então, percebo o
Liame estreito
Entre as ideias,
A folha e o preço
Pago: Somente
Um rastro, espectro
De ilusão, resta.
Agora quer
Deixar-me alegre
Co' o seu regresso
Mágico. Ó verso,
De mim por que en-
Fim não se despe?
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sexta-feira, 1 de julho de 2011
Adriano Nunes: "Poema XXIII"
"Poema XXIII"
Espalho-me.
A tempo,
Exponho
O sonho...
O cosmo a
Girar,
Adentro,
No âmago
Do que me penso,
Preso ao intervalo
Do que reveste
O movimento -
Reflete-o o espelho
Que em mim invento -
De um sentimento
Tão bem guardado.
Viver
É mesmo
Um ato
Intenso.
Espalho-me.
A tempo,
Exponho
O sonho...
O cosmo a
Girar,
Adentro,
No âmago
Do que me penso,
Preso ao intervalo
Do que reveste
O movimento -
Reflete-o o espelho
Que em mim invento -
De um sentimento
Tão bem guardado.
Viver
É mesmo
Um ato
Intenso.
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