terça-feira, 19 de janeiro de 2010

ADRIANO NUNES: "No papel. Salvador" - Para João Mateus

"No papel. Salvador" - Para João Mateus.




Eis a vida vertida
Do verso, quase sonho
Ou mais: mágica lida
Que, de repente, exponho

No papel. Salvador
Dista demais. O mar,
À vista, já não há.
Tudo provém da dor

Da saudade. Não tarda
A esperança. Somente
Vinga o Sol reluzente
Do Norte, a pele parda

Do crepúsculo. Até
A alegria mais linda
Parece que não é
E, fugazmente, finda.




5 comentários:

Ana Tapadas disse...

A fugacidade, eterno tema, eterna angústia.
bj

Eleonora Marino Duarte disse...

adriano,

um verso primoroso!

sentimentos explodindo, como ondas.


um beijo.

ADRIANO NUNES disse...

Cara Betina,


Creio também em Deus, mas não nesse Deus humanizado, cruel, vingativo feito à semelhança dos homens. Minha razão não me permite ter tal fé.

Grande abraço,
Adriano Nunes.

Devir disse...

Encontrei o poema
"Atraves das frestas"
lá com o Antonio Cícero
e um brilho bom, muito bom...

"No papel. Salvador"
Eu confesso e ponto.
No ponto sem diversão
porque finda, salvador.

Devir louco ou bobo, que
soluça ou espreita a sal
a carne mortifica o belo

Poeta, que nos resta, festa
ri/mas palavra dor amor ardor
e a certeza que não se chega

Valeu, Adriano

Eleonora Marino Duarte disse...

adriano,

eu imaginava que sua crença não fosse limitada, e agradeço por ter dito estas palavras e me dado a oportunidade de dizer que também não há lugar em mim para uma crença que humaniza deus a ponto de ele se tornar um humano egoísta, autoritário e vingativo.

você tem um coração aberto, e os braços também, isto é muito especial!

grande abraço!