"Às vezes, só me faz calar"
A minha alegria tem nome
E certidão de nascimento.
Em seu cerne me crio, invento...
Este verso que me consome.
A amada alegria tem lar,
Logradouro certo, conversa
Quando convém, vive dispersa...
Às vezes, só me faz calar.
A alada alegria, sem mais
Nem porquês, desata meus nós,
Desafia-me a fundo, e, a sós
Comigo, curte o mar, do cais.
A minha alegria tem braço,
Perna, boca, cérebro, cor,
Cerca meu ser por onde eu for...
E, quando a canto, outros laço.
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
BLOG POEIRA DE SEBO - UMA PÉROLA ÁUDIO-VISUAL!
BLOG POEIRA DE SEBO - LITERATURA E MÚSICA!
Recomendo aos meus leitores, enfaticamente, que sempre visitem o BLOG POEIRA DE SEBO, do meu amigo Mariano. É um (en)canto onde a Cultura se faz plenamente presente, um mergulho raro na Literatura e na Música, uma verdadeiro achado, pura pérola, pepita áudio-visual nessa blogosfera infinita, um aprendizado ímpar, preciso, fundamental!
Poeira de Sebo (http://peneiradorato.blogspot.com/)
Adriano Nunes.
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MARIANO
terça-feira, 27 de outubro de 2009
Adriano Nunes: "Soneto de amor IX"
"Soneto de amor IX"
Dentro de um verso, clamado amor
Dispersa-se alegre... O cosmo agora
Vibra diferente, mas lá fora
Outra efígie à minha quer se opor,
Presa à vã memória. Por loucura,
Às pressas, minh'alma a refletir,
Em êxtase, deixa-se, e, a fluir
Mais imprecisa cura procura,
Espectro que ao espelho busca, bem
Que o sentir turva, quase prazer:
Quimeras e promessas por quem?
Ante a ilusão, como refazer
O coração, se ao porvir convém
A mudanças só satisfazer?
Dentro de um verso, clamado amor
Dispersa-se alegre... O cosmo agora
Vibra diferente, mas lá fora
Outra efígie à minha quer se opor,
Presa à vã memória. Por loucura,
Às pressas, minh'alma a refletir,
Em êxtase, deixa-se, e, a fluir
Mais imprecisa cura procura,
Espectro que ao espelho busca, bem
Que o sentir turva, quase prazer:
Quimeras e promessas por quem?
Ante a ilusão, como refazer
O coração, se ao porvir convém
A mudanças só satisfazer?
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domingo, 25 de outubro de 2009
Adriano Nunes: "Soneto de Amor VIII"
"Soneto de Amor VIII"
Digo ser amor esse engano
Guardado no peito, esse encanto
Que meus olhos escondem tanto.
Que gosto perigoso e insano
Dizer por dizer 'eu te amo',
Cobrindo a existência de pranto,
De dor tudo que agora canto,
Com as sobras do teu 'te amo,
Meu bem'. Para o meu próprio bem,
Proclamo: como amar alguém
Se mal sei 'te amo' dizer?
Assim, entre o medo e o prazer,
Grito: Não consigo dizer
Por dizer 'amo-te também!'.
Digo ser amor esse engano
Guardado no peito, esse encanto
Que meus olhos escondem tanto.
Que gosto perigoso e insano
Dizer por dizer 'eu te amo',
Cobrindo a existência de pranto,
De dor tudo que agora canto,
Com as sobras do teu 'te amo,
Meu bem'. Para o meu próprio bem,
Proclamo: como amar alguém
Se mal sei 'te amo' dizer?
Assim, entre o medo e o prazer,
Grito: Não consigo dizer
Por dizer 'amo-te também!'.
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Adriano Nunes: "Musical" - Para meu amigo Péricles Cavalcanti
"Musical" - Para meu amigo Péricles Cavalcanti
nota a nota
nossa nata
nessa nave
etc e tal.
gota a gota
gesto gosto
grande gozo
musical.
nota a nota
nossa nata
nessa nave
etc e tal.
gota a gota
gesto gosto
grande gozo
musical.
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quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Adriano Nunes: "Soneto de Amor VII"
"Soneto de amor VII"
Bem denominado, amado,
Sem o qual tudo é perdido,
Quisera ter-te esquecido.
(Quimera, ter-te a meu lado)
De nada adiantaria
Viver sem (viver-te). Agora,
Vejo o desejo ir embora,
Levando a minha alegria.
Talvez, houvesse outras vidas
Entre esta, escrita, e a pensada,
(Outrora sempre sentidas)
Mas que sorte é só lançada?
Enquanto vingam tais dúvidas,
Amar-te é ter tudo e nada.
Bem denominado, amado,
Sem o qual tudo é perdido,
Quisera ter-te esquecido.
(Quimera, ter-te a meu lado)
De nada adiantaria
Viver sem (viver-te). Agora,
Vejo o desejo ir embora,
Levando a minha alegria.
Talvez, houvesse outras vidas
Entre esta, escrita, e a pensada,
(Outrora sempre sentidas)
Mas que sorte é só lançada?
Enquanto vingam tais dúvidas,
Amar-te é ter tudo e nada.
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domingo, 18 de outubro de 2009
Adriano Nunes: "Tesouro"
"Tesouro"
Ou ter o sonho
Ou ter o sumo
Do ser que sou
(Tudo do ser)
Outro sentido
Outro sumiço
Outrora sombras
Outrora sobras
Ou ter o Sol
Ou ter em si
Todo o silêncio
Do sentimento.
Ou ter o sonho
Ou ter o sumo
Do ser que sou
(Tudo do ser)
Outro sentido
Outro sumiço
Outrora sombras
Outrora sobras
Ou ter o Sol
Ou ter em si
Todo o silêncio
Do sentimento.
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segunda-feira, 12 de outubro de 2009
Adriano Nunes: "Dita diversa" - Para Flávio Côrrea de Mello.
"Dita diversa" - Para Flávio Côrrea de Mello
Nem todo dia,
Sou como sou.
Vivo do voo
Do verso, via
Diversa, dita
Dispersa, festa
Feita em mim, desta
Forma infinita.
Às vezes, sonho
Tocar o céu.
(Folhas ao léu,
Em branco?) Ponho-o
No que componho:
Capto seu véu.
Nem todo dia,
Sou como sou.
Vivo do voo
Do verso, via
Diversa, dita
Dispersa, festa
Feita em mim, desta
Forma infinita.
Às vezes, sonho
Tocar o céu.
(Folhas ao léu,
Em branco?) Ponho-o
No que componho:
Capto seu véu.
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domingo, 11 de outubro de 2009
Adriano Nunes: "Três da madrugada"
"Três da madrugada"
Três da madrugada.
Tudo é quase nada.
Que dor não me guarda?
Que amor quer que eu arda?
Três da madrugada.
Tudo é mesmo nada.
(Minh'alma, mansarda!)
Que verso me aguarda?
Três da madrugada.
Tudo é tudo ou nada.
(Tiro de espingarda!)
A vida até tarda.
Três da madrugada.
Tudo é quase nada.
Que dor não me guarda?
Que amor quer que eu arda?
Três da madrugada.
Tudo é mesmo nada.
(Minh'alma, mansarda!)
Que verso me aguarda?
Três da madrugada.
Tudo é tudo ou nada.
(Tiro de espingarda!)
A vida até tarda.
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quinta-feira, 8 de outubro de 2009
Adriano Nunes: "Suave Coisa"- Para Mariana Botelho
"Suave Coisa" - Para Mariana Botelho
Aqui, toda coisa é certa
Medida, de peso. A métrica
Risca a vima e tudo arrisca,
Até mesmo a rima flerta.
A natureza de um verso
É sempre farsa. Só dura
O sonho. Talvez, loucura
Seja ver do modo inverso
Ou tecer o avesso em tédio,
Entre as tramas. Termo médio,
Nosso tempo, uma equação
Que se dá no coração:
As coisas são como são
E não há nenhum remédio.
Aqui, toda coisa é certa
Medida, de peso. A métrica
Risca a vima e tudo arrisca,
Até mesmo a rima flerta.
A natureza de um verso
É sempre farsa. Só dura
O sonho. Talvez, loucura
Seja ver do modo inverso
Ou tecer o avesso em tédio,
Entre as tramas. Termo médio,
Nosso tempo, uma equação
Que se dá no coração:
As coisas são como são
E não há nenhum remédio.
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segunda-feira, 5 de outubro de 2009
Adriano Nunes: "E quase sempre faltava uma palavra"
"E quase sempre faltava uma palavra"
E quase sempre faltava uma palavra.
(Era a vida em jogo por uma palavra)
O verso se dava como um feto morto
Retido no corpo, navio sem porto
A vagar no vácuo, no olvido da vida.
Como se nada tivesse a vez devida,
Assim era fazer um poema apenas:
Horas a fio, dores e duras penas!
Depois... E, talvez, nem houvesse depois
Para toda arte, sequer para mim. (Pois
Como poderia ter meu pensamento
Tamanha certeza à margem do que invento?)
Aos poucos, papel rasgado, outro rabisco
Surgindo, sugando-me, correndo o risco.
E quase sempre faltava uma palavra.
(Era a vida em jogo por uma palavra)
O verso se dava como um feto morto
Retido no corpo, navio sem porto
A vagar no vácuo, no olvido da vida.
Como se nada tivesse a vez devida,
Assim era fazer um poema apenas:
Horas a fio, dores e duras penas!
Depois... E, talvez, nem houvesse depois
Para toda arte, sequer para mim. (Pois
Como poderia ter meu pensamento
Tamanha certeza à margem do que invento?)
Aos poucos, papel rasgado, outro rabisco
Surgindo, sugando-me, correndo o risco.
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Adriano Nunes: "Poema"
Adriano Nunes: "Poema"
poe m arte
poe m orto
poe m ilha
poe m olho
poe m el hora
poe m allar métrico
poe m arte
poe m orto
poe m ilha
poe m olho
poe m el hora
poe m allar métrico
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sábado, 3 de outubro de 2009
Adriano Nunes: "Dez para dez" - Para Antonio Cicero.
"Dez para dez" - Para Antonio Cicero
Dez para dez. Talvez,
Baco apareça aqui,
No bar. Sem timidez,
Prove do vinho. A qui-
Mera mágica é ver-
Ter tudo em bel prazer,
Em vertigem, em ver-
So, pra satisfazer
O corpo antes de ser
lançado à dor, ao pó
Das horas, desse nó.
O que mesmo vai ser?
E de nada se ser-
Ve. O tempo passa só.
Dez para dez. Talvez,
Baco apareça aqui,
No bar. Sem timidez,
Prove do vinho. A qui-
Mera mágica é ver-
Ter tudo em bel prazer,
Em vertigem, em ver-
So, pra satisfazer
O corpo antes de ser
lançado à dor, ao pó
Das horas, desse nó.
O que mesmo vai ser?
E de nada se ser-
Ve. O tempo passa só.
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Adriano Nunes: "O mar" - Para Dr. José Mariano Filho
"O Mar" - Para Dr. José Mariano Filho
O mar, Mariano,
Amo-o por amar.
Por amá-lo, ó mar,
Amo Mariano,
Omara, Marina,
Sonho e maresia,
Portos, poesia,
D'onde o pensar mina,
Onde ponho a mira,
Maritmo, Maré,
Péricles, Tom Zé.
O que o mar admira?
O mar, Mariano,
Amo-o por amar.
Por amá-lo, ó mar,
Amo Mariano,
Omara, Marina,
Sonho e maresia,
Portos, poesia,
D'onde o pensar mina,
Onde ponho a mira,
Maritmo, Maré,
Péricles, Tom Zé.
O que o mar admira?
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Adriano Nunes: "Porto Velho" - Para a minha amada mãe
"Porto Velho" - Para a minha amada mãe
A tez rubra da cidade,
À vista. Talvez, a vida,
De vez, de si subtraída,
Ateste tudo, enquanto arde.
Vaga paisagem?Em volta,
O ver vibra em construção
E as coisas são como são.
Tempo? Do sonho se solta
Plástica amplidão: progresso,
Represas, prédios, o povo
Em convulsão. Réu confesso
Da contemplação, de novo,
Na mesma alegria ingresso
E assim muito me comovo.
A tez rubra da cidade,
À vista. Talvez, a vida,
De vez, de si subtraída,
Ateste tudo, enquanto arde.
Vaga paisagem?Em volta,
O ver vibra em construção
E as coisas são como são.
Tempo? Do sonho se solta
Plástica amplidão: progresso,
Represas, prédios, o povo
Em convulsão. Réu confesso
Da contemplação, de novo,
Na mesma alegria ingresso
E assim muito me comovo.
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sexta-feira, 2 de outubro de 2009
Adriano Nunes: Poemas Rondonienses
"Poemas Rondonienses"
"Enquanto me invento"
Peso o pensamento.
Em que tanto penso?
Meço o meu silêncio
Enquanto me invento.
O tempo é tormento.
Depois, quando, agora,
Sem volta, indo embora.
O que ainda aguento
Desse sentimento?
O que me incomoda?
Por que nada tento
Mudar? Em que moda,
Move-se o momento,
Se o poema o poda?
"É quase nada"
Falta um elétron
Para o amor ser completo.
Falta um só átomo
Para o amor ser compacto.
Falta um pedaço
Pra ser amor de fato.
Falta uma parte
Pra ser amor de filme.
Falta a mentira
Para amor de verdade.
Falta a metade
Do amor, para ser verso.
"Fragmento Noturno" (Para meu amigo Sócrates)
Foge ao coração
Volátil lembrança.
Os sonhos que são
Se a alma só os alcança?
"Todo amor é mesmo um mar" (para Isabel Santos)
Eu te amei e como te amei
Não mais poderia amar.
Todo amor é mesmo um mar.
Um rio fora da lei,
Eu era. Assim, como eu era,
A vida era quase dada,
Vibrava, de madrugada,
Volátil, à nossa espera.
Tudo era mera mentira.
Amor, vida, morte, verso,
O rio, o mar: Nada os vira.
Tudo era mesmo disperso,
Fora de foco, de mira,
Só mistério do universo.
"Enquanto me invento"
Peso o pensamento.
Em que tanto penso?
Meço o meu silêncio
Enquanto me invento.
O tempo é tormento.
Depois, quando, agora,
Sem volta, indo embora.
O que ainda aguento
Desse sentimento?
O que me incomoda?
Por que nada tento
Mudar? Em que moda,
Move-se o momento,
Se o poema o poda?
"É quase nada"
Falta um elétron
Para o amor ser completo.
Falta um só átomo
Para o amor ser compacto.
Falta um pedaço
Pra ser amor de fato.
Falta uma parte
Pra ser amor de filme.
Falta a mentira
Para amor de verdade.
Falta a metade
Do amor, para ser verso.
"Fragmento Noturno" (Para meu amigo Sócrates)
Foge ao coração
Volátil lembrança.
Os sonhos que são
Se a alma só os alcança?
"Todo amor é mesmo um mar" (para Isabel Santos)
Eu te amei e como te amei
Não mais poderia amar.
Todo amor é mesmo um mar.
Um rio fora da lei,
Eu era. Assim, como eu era,
A vida era quase dada,
Vibrava, de madrugada,
Volátil, à nossa espera.
Tudo era mera mentira.
Amor, vida, morte, verso,
O rio, o mar: Nada os vira.
Tudo era mesmo disperso,
Fora de foco, de mira,
Só mistério do universo.
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