Das pedras
Desprende-se das pedras meu silêncio,
Um silêncio-cimento, construído,
Ecoado, silêncio dos abismos,
Das grutas, das laringes de silício,
Dióxidos de oxímoros, dos gritos,
Das lágrimas, dos lápis, os silêncios-
-Grafites, das ruínas, dos escritos,
Os silêncios perdidos no que penso.
Dentro de todo livro, concebidos
Em horas de tristezas, os silêncios
Concretos, precipícios de sentidos
Dos prédios e prisões, dos meus amigos,
Do que agora me abriga: não me lembro
De ter ouvido a voz do que persigo.
5 comentários:
Este é um soneto difícil, Adriano, e me pareceu muito bem resolvido. O amigo a quem você dedica o poema é engenheiro?
Belo soneto! Digno de ser analisado nas minhas aulas de Literatura!
Bj
Janaína,
O soneto decassílabo e com tônica também na sexta foi dedicado a meu amigo Dr. Francisco Passos, Pediatra. Realmente, foi difícil fazê-lo porque tocar num tema como o silêncio é complicado, mas valeu a pena.
Abraço forte!
Adriano Nunes.
Ana Tapadas,
Ficarei grato se for feita uma análise deste soneto e depois você me enviar a sua análise porque gosto demais desse poema. Obrigado por suas palavras!
Beijão,
Adriano Nunes.
Soneto que mistura bem aspectos da ciência e a literatura.
Um abraço.
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