"Solidão" - Para Péricles Cavalcanti
Renasce o poema.
Tudo é solúvel.
Tudo é solene.
Tudo é sofrível.
Tudo é sortido.
Tudo é sonante.
Tudo é soberbo.
Tudo é sorvido.
Tudo é somado.
Tudo é soturno.
Tudo é sonhado.
O poeta é só.
terça-feira, 30 de dezembro de 2008
segunda-feira, 29 de dezembro de 2008
Adriano Nunes: "Útero" - Para Arnaldo Antunes.
"Útero"- Para Arnaldo Antunes
O poeta é nada.
Tudo é sagrado.
Tudo é silêncio.
Tudo é sorvido.
Tudo é secreto.
Tudo é salubre.
Tudo é sonhado.
Tudo é saudade.
Tudo só sangra.
O poema nasce.
O poeta é nada.
Tudo é sagrado.
Tudo é silêncio.
Tudo é sorvido.
Tudo é secreto.
Tudo é salubre.
Tudo é sonhado.
Tudo é saudade.
Tudo só sangra.
O poema nasce.
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sábado, 27 de dezembro de 2008
Adriano Nunes: "À vida, vasta cova" - Para Eric Liddel
"À vida, vasta cova" - Para Eric Liddel
O que está só por vir,
Por que queremos tanto?
Um novo ano chegando,
Por amor ao devir?
As cruzes do amanhã,
Em breve, nascerão.
Que espera o coração?
Das deusas artesãs,
Um novo ano, sim, vem.
Trazendo duras-novas,
Move-se como nuvem
E nada mais comprova.
Por que tudo convém
À vida, vasta cova?
O que está só por vir,
Por que queremos tanto?
Um novo ano chegando,
Por amor ao devir?
As cruzes do amanhã,
Em breve, nascerão.
Que espera o coração?
Das deusas artesãs,
Um novo ano, sim, vem.
Trazendo duras-novas,
Move-se como nuvem
E nada mais comprova.
Por que tudo convém
À vida, vasta cova?
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terça-feira, 23 de dezembro de 2008
Adriano Nunes: "Máquina poética" - Para José Mariano Filho
"Máquina poética" - Para José Mariano Filho
Não acorda.
À porta da madrugada,
Está desperta
Para o agora,
Desde a Criação.
Sempre pronta
Para o vácuo
Dinâmico da palavra,
A palavra-pólvora,
A palavra-prótese,
Sem trauma,
Sem treva,
Sem trégua.
As suas roldanas,
Os seus ruídos,
Sua roda-viva,
Não seguem leis,
Pouco ponderam.
Os seus parafusos
Soltos, vis vassalos
Do devir,
Sorvem só
O seu ofício: sacrifício
De formas
Disformes
Que devem nascer
Sob o fórceps
Do nada.
Sua engrenagem
Grita,
A vida varre,
Morde a morte
E cansaço ( de que
É feito o seu aço,
Não se sabe)
Não se vê.
A sua alma
Não soa alarme,
Pisca vaga-lume,
Coaxa sapo,
Badala sino,
Mas sangra,
Toda manhã,
Poesia viva
Que não coagula.
Nunca dorme.
Não acorda.
À porta da madrugada,
Está desperta
Para o agora,
Desde a Criação.
Sempre pronta
Para o vácuo
Dinâmico da palavra,
A palavra-pólvora,
A palavra-prótese,
Sem trauma,
Sem treva,
Sem trégua.
As suas roldanas,
Os seus ruídos,
Sua roda-viva,
Não seguem leis,
Pouco ponderam.
Os seus parafusos
Soltos, vis vassalos
Do devir,
Sorvem só
O seu ofício: sacrifício
De formas
Disformes
Que devem nascer
Sob o fórceps
Do nada.
Sua engrenagem
Grita,
A vida varre,
Morde a morte
E cansaço ( de que
É feito o seu aço,
Não se sabe)
Não se vê.
A sua alma
Não soa alarme,
Pisca vaga-lume,
Coaxa sapo,
Badala sino,
Mas sangra,
Toda manhã,
Poesia viva
Que não coagula.
Nunca dorme.
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segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
Adriano Nunes: "Queda d' alma" - Para a minha amada mãe.
"Queda d' alma" - Para a minha amada mãe
Dessa
Vez,
Não
Foi
Uma
Lágrima.
Dessa
Vez,
Não
Foi
Só
O
Sangue.
Do
Ver-
So
Jorra a
Minha
Alma.
Dessa
Vez,
Não
Foi
Uma
Lágrima.
Dessa
Vez,
Não
Foi
Só
O
Sangue.
Do
Ver-
So
Jorra a
Minha
Alma.
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sábado, 20 de dezembro de 2008
Adriano Nunes: "Res Est Magna Tacere"
"RES EST MAGNA TACERE"
(expressão latina que significa "calar-se é uma grande coisa"; está na obra "Epigrammata"- IV,80 de Marcus Valerius Martialis)
Seria interessante se pudéssemos saborear todas essas guloseimas que se encontram em cima da mesa de Sinhá, esses brigadeiros, essas surpresas de uva, esses docinhos de coco, os bem-casados, as torteletes, os cajuzinhos, infinitas obras-primas de delicadeza e formas, cores e odores. Os salgadinhos são dádivas, e os nossos sentidos se perdem nesse emaranhado de cheiros, imagens e arquiteturas. É a Festa da Padroeira da Cidade, e Dona Sinhá sabe que tudo tem que ficar impecável. Santo que é Santo numa hora dessas não conhece perdão e é até mesmo capaz de castigar os negligentes.
Todo ano, a cozinha de Sinhá vira um tumulto, um arrastão, uma festa dentro de outra festa, um vai-e-vem de panelas, talheres, formas, mãos, massas, recheios. A meninada vez ou outra arrisca pedir as panelas para uma boa lambida ou, à socapa, furtar um docinho. Sinhá é pura pletora de satisfação e êxtase. Prometera a Padroeira que faria, ano após ano, esse banquete para a comunidade onde mora porque, outrora, fora abençoada com a graça de ficar curada de uma ferida, uma úlcera na perna. Uns diziam que era diabetes, outros amedrontavam a coitada de Sinhá dizendo que era o tal do "cansu", que era pereba de macumba, enfim, só entristeciam a velha Sinhá. A cura veio como bálsamo, e a promessa é paga com a moeda da devoção.
Cansaço não se vê em sua face suada. O calor do forno e do fogão é que aquece o seu corpo e faz vibrar a sua alma. A decoração de cada deliciosa sobremesa é ímpar, como se cada peça fosse feita para um anjo ou para um deus. Às vezes, ela para, senta-se, pensa, sonha, lembra-se de tudo que passou, de todas as suas investidas para curar a danada da ferida, dos gritos de dor, da coceira infernal, do pus, dos curativos, da imensidão de caixas de antibióticos e antiinflamatórios, das rezas, dos alvoroços. Depois, retorna às atividades, sorridente e cheia de si, dona do pedaço.
Sinhá era uma pecadora comedida. Tinha lá os seus pecados íntimos, seus desejos secretos e mundanos, seus sonhos de mulher casada. A idade agora não lhe permite tais astúcias, mas quando o fogo das vontades carnais eram chamas gigantescas, o seu clitóris via em Zé das Trincas o amante ideal. Fez agorinha mesmo o sinal da cruz para esquecer o obsoleto sentimento que a envolvera no passado. Teme que a ferida reapareça. Tarefa cumprida. O banquete brevemente será servido.
O banho de Sinhá sempre lhe proporciona um momento único, corporal, de reflexão, de sentir como o tempo fez com que o seu corpo envelhecesse, com que os seus cabelos ficassem cobalto, suas mamas despencassem como se pulassem da Torre de Pisa numa tentativa de suicídio. Ela compreendia o desperdiçar de energias na luta que travou contra a amaldiçoada ferida. Perdera a sensualidade, o balançar das ancas, o sorriso lânguido, o olhar de quem está perdidamente à procura de prazer e gozo. O sabonete não desliza normalmente mais.
Quando estava enxugando as pernas para pôr as suas meias elásticas, Sinhá teve um susto, parecia que o mundo estava chegando à curva final, que se apagariam as luzes. Lá, quieta, tímida, brilhante, querendo vingar, vermelhinha de força e desejo, está a feridinha, como se tivesse dormido o sono das ursas polares, como se, voltar a existir perceptível, desse-lhe mais alegria. Sinhá era pavor e receio, frustração e culpa, decepção e mágoa, fé e descrença, rancor e esperança. Mexe aqui, cutuca ali, passa a mão, pega o espelho, alisa, põe pomada, faz o sinal da cruz em cima da ferida, veste a meia e sai.
Que se passa na cabeça de Sinhá nesse momento? Que dúvida ou vontades cercam a sua alma? Será que ela ainda crê na Padroeira ou toda a sua fé se desmanchou feito o chocolate há pouco na panela? E Zé das Trincas voltará ao seu coração e a fazer parte das tentações e dos pecados? Sinhá parte acompanhada por um bando de mulheres, filhas, amigas, empregadas e vizinhas, com todo o aparato comestível, para a festa que se concretiza na pracinha, onde a igreja da Padroeira mantém estadia. Sorri ubiquamente como se a vida lhe enviasse mais um século de eternas graças. Sinhá não é mais a mesma.
Uma catarse de ânimo e gana abraçou fortemente o seu espírito e todos os pensamentos mesquinhos e ridículos evaporaram de sua mente. Nada seria capaz de impedir que a sua promessa fosse quebrada. Nem mesmo Zé das Trincas! Esse aí acaba de cruzar com Sinhá que o cumprimenta, e ela age como se nunca tivessem sequer trocado olhares. A molecada grita pedindo docinhos, e ela dá um, dois, três... E muitas outras crianças se juntam ao grupo e agarram-se à saia de Sinhá, apelando para serem atendidas. A Festa da Padroeira é Sinhá em festa. A ferida não teve força suficiente para dilacerar a paz de Sinhá.
Se não fossem as suas netas choramingando para irem dormir, Sinhá bem que amanheceria no corre-corre da festança. Pronta para despir-se, olhou para o marido e percebeu que o amava muito. Seu João do Brejeiro era um coma. Devia estar sonhando com o tempo em que caçava rolinha, com espingarda de chumbinho, nas roças do pai. A noite estava bastante fria, e Sinhá só faltava retirar as meias. Não teve receio de nada, desceu as duas de uma vez, passou o seu creme para as varizes, orou e outra assombração tomou forma em seu ser: não havia sinais de infecção, ferida, tumor, absolutamente nada. Sorriu.
Deitou-se bem ao ladinho do seu marido e agarrou-o com os braços e as pernas, formando um arco. Sabia que a sua Padroeira não iria abandoná-la. Queria pensar umas delícias de tentações e pecadozinhos leves, mas se proibiu inteiramente, não naquela noite, não depois de todo o medo e prova de que os céus estão vigiando as pessoas, não depois de ganhar mais um dia de bênção e perdão. O padre da comunidade até hoje não entende o porquê de Sinhá nunca ter ido às missas da igreja.
(expressão latina que significa "calar-se é uma grande coisa"; está na obra "Epigrammata"- IV,80 de Marcus Valerius Martialis)
Seria interessante se pudéssemos saborear todas essas guloseimas que se encontram em cima da mesa de Sinhá, esses brigadeiros, essas surpresas de uva, esses docinhos de coco, os bem-casados, as torteletes, os cajuzinhos, infinitas obras-primas de delicadeza e formas, cores e odores. Os salgadinhos são dádivas, e os nossos sentidos se perdem nesse emaranhado de cheiros, imagens e arquiteturas. É a Festa da Padroeira da Cidade, e Dona Sinhá sabe que tudo tem que ficar impecável. Santo que é Santo numa hora dessas não conhece perdão e é até mesmo capaz de castigar os negligentes.
Todo ano, a cozinha de Sinhá vira um tumulto, um arrastão, uma festa dentro de outra festa, um vai-e-vem de panelas, talheres, formas, mãos, massas, recheios. A meninada vez ou outra arrisca pedir as panelas para uma boa lambida ou, à socapa, furtar um docinho. Sinhá é pura pletora de satisfação e êxtase. Prometera a Padroeira que faria, ano após ano, esse banquete para a comunidade onde mora porque, outrora, fora abençoada com a graça de ficar curada de uma ferida, uma úlcera na perna. Uns diziam que era diabetes, outros amedrontavam a coitada de Sinhá dizendo que era o tal do "cansu", que era pereba de macumba, enfim, só entristeciam a velha Sinhá. A cura veio como bálsamo, e a promessa é paga com a moeda da devoção.
Cansaço não se vê em sua face suada. O calor do forno e do fogão é que aquece o seu corpo e faz vibrar a sua alma. A decoração de cada deliciosa sobremesa é ímpar, como se cada peça fosse feita para um anjo ou para um deus. Às vezes, ela para, senta-se, pensa, sonha, lembra-se de tudo que passou, de todas as suas investidas para curar a danada da ferida, dos gritos de dor, da coceira infernal, do pus, dos curativos, da imensidão de caixas de antibióticos e antiinflamatórios, das rezas, dos alvoroços. Depois, retorna às atividades, sorridente e cheia de si, dona do pedaço.
Sinhá era uma pecadora comedida. Tinha lá os seus pecados íntimos, seus desejos secretos e mundanos, seus sonhos de mulher casada. A idade agora não lhe permite tais astúcias, mas quando o fogo das vontades carnais eram chamas gigantescas, o seu clitóris via em Zé das Trincas o amante ideal. Fez agorinha mesmo o sinal da cruz para esquecer o obsoleto sentimento que a envolvera no passado. Teme que a ferida reapareça. Tarefa cumprida. O banquete brevemente será servido.
O banho de Sinhá sempre lhe proporciona um momento único, corporal, de reflexão, de sentir como o tempo fez com que o seu corpo envelhecesse, com que os seus cabelos ficassem cobalto, suas mamas despencassem como se pulassem da Torre de Pisa numa tentativa de suicídio. Ela compreendia o desperdiçar de energias na luta que travou contra a amaldiçoada ferida. Perdera a sensualidade, o balançar das ancas, o sorriso lânguido, o olhar de quem está perdidamente à procura de prazer e gozo. O sabonete não desliza normalmente mais.
Quando estava enxugando as pernas para pôr as suas meias elásticas, Sinhá teve um susto, parecia que o mundo estava chegando à curva final, que se apagariam as luzes. Lá, quieta, tímida, brilhante, querendo vingar, vermelhinha de força e desejo, está a feridinha, como se tivesse dormido o sono das ursas polares, como se, voltar a existir perceptível, desse-lhe mais alegria. Sinhá era pavor e receio, frustração e culpa, decepção e mágoa, fé e descrença, rancor e esperança. Mexe aqui, cutuca ali, passa a mão, pega o espelho, alisa, põe pomada, faz o sinal da cruz em cima da ferida, veste a meia e sai.
Que se passa na cabeça de Sinhá nesse momento? Que dúvida ou vontades cercam a sua alma? Será que ela ainda crê na Padroeira ou toda a sua fé se desmanchou feito o chocolate há pouco na panela? E Zé das Trincas voltará ao seu coração e a fazer parte das tentações e dos pecados? Sinhá parte acompanhada por um bando de mulheres, filhas, amigas, empregadas e vizinhas, com todo o aparato comestível, para a festa que se concretiza na pracinha, onde a igreja da Padroeira mantém estadia. Sorri ubiquamente como se a vida lhe enviasse mais um século de eternas graças. Sinhá não é mais a mesma.
Uma catarse de ânimo e gana abraçou fortemente o seu espírito e todos os pensamentos mesquinhos e ridículos evaporaram de sua mente. Nada seria capaz de impedir que a sua promessa fosse quebrada. Nem mesmo Zé das Trincas! Esse aí acaba de cruzar com Sinhá que o cumprimenta, e ela age como se nunca tivessem sequer trocado olhares. A molecada grita pedindo docinhos, e ela dá um, dois, três... E muitas outras crianças se juntam ao grupo e agarram-se à saia de Sinhá, apelando para serem atendidas. A Festa da Padroeira é Sinhá em festa. A ferida não teve força suficiente para dilacerar a paz de Sinhá.
Se não fossem as suas netas choramingando para irem dormir, Sinhá bem que amanheceria no corre-corre da festança. Pronta para despir-se, olhou para o marido e percebeu que o amava muito. Seu João do Brejeiro era um coma. Devia estar sonhando com o tempo em que caçava rolinha, com espingarda de chumbinho, nas roças do pai. A noite estava bastante fria, e Sinhá só faltava retirar as meias. Não teve receio de nada, desceu as duas de uma vez, passou o seu creme para as varizes, orou e outra assombração tomou forma em seu ser: não havia sinais de infecção, ferida, tumor, absolutamente nada. Sorriu.
Deitou-se bem ao ladinho do seu marido e agarrou-o com os braços e as pernas, formando um arco. Sabia que a sua Padroeira não iria abandoná-la. Queria pensar umas delícias de tentações e pecadozinhos leves, mas se proibiu inteiramente, não naquela noite, não depois de todo o medo e prova de que os céus estão vigiando as pessoas, não depois de ganhar mais um dia de bênção e perdão. O padre da comunidade até hoje não entende o porquê de Sinhá nunca ter ido às missas da igreja.
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CONTO
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
Adriano Nunes: "A voz do poeta"
"A voz do poeta"
Grácil alegria
Da incontida lida.
Tudo abrigaria...
A gasta memória, a
Secreta saída, a
Astúcia ilusória,
O que o amor projeta.
Que vibre e se acenda
A admirável chama
Do que se proclama,
Que em si transcenda,
A voz do poeta!
Grácil alegria
Impõe-se eruptiva
Agora, à derivaDa incontida lida.
Tudo abrigaria...
A gasta memória, a
Secreta saída, a
Astúcia ilusória,
O que o amor projeta.
Que vibre e se acenda
A admirável chama
Do que se proclama,
Que em si transcenda,
A voz do poeta!
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segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
Adriano Nunes: "Apenas possíveis"
"Apenas possíveis"
O meu coração
Ainda se prende
Ao poema. Tende
A ver que só são
Apenas possíveis
Essas inconfessas
Pancadas às pressas.
Os nítidos níveis
Desses vingativos
Versos são divinos.
Meço meus motivos:
Sou mesmo menino
Nesta Arte. Cativo
Do caos repentino.
O meu coração
Ainda se prende
Ao poema. Tende
A ver que só são
Apenas possíveis
Essas inconfessas
Pancadas às pressas.
Os nítidos níveis
Desses vingativos
Versos são divinos.
Meço meus motivos:
Sou mesmo menino
Nesta Arte. Cativo
Do caos repentino.
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