domingo, 15 de maio de 2016

Adriano Nunes: "Porque só ser não calha"

"Porque só ser não calha"


Manhã de maio, mais
Ou menos nove para
Dez. Os móveis da casa
Festejam os meus ais.
Dói-me já ter a raiva
Dos enganos totais.
Teço mares e cais
Em mim: sentir-me basta.
Manhã de maio. Atrás
De tudo, a vida encara
Ser a vida, sem asas.
As vontades são más
Escolhas e mais nada.
Parece ser demais
O sol dos ideais...
Porque só ser não calha.

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