segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Adriano Nunes: "Talvez este eco que agora ecoa"

"Talvez este eco que agora ecoa"


Não ouso traduzir minha pessoa.
Se ela quiser um dia
Que vire poesia numa boa.
Sem artimanha faria,
Talvez, este eco que agora ecoa,
Entre as frestas da alegria.
Não ouso sequer, pois mesmo à toa
O engenho tolo seria.
Muito mal me conheço, e o que me soa
Para nada serviria.
Portanto apenas canto essa pessoa
Que não sou: alegoria
Vã de um ser outro que de mim destoa,
O espelho que me iludia.

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