sábado, 18 de abril de 2015

Adriano Nunes: "Por onde barcos singram sós e álacres"

"Por onde barcos singram sós e álacres"

E vieste do cerne da cidade,
Onde incontáveis homens recontavam
Seus feitos - minotauros decepados,
Impérios desolados, sob o fardo
De saberem-se homens dessa Arte
Que já gerara Héracles e Horácios,
Homeros e Teseus, demais louvados.
Vieste de si solto, tempo e carne.
E vi-te: mesmo grego dessa pátria
Em que imperam  estranhos céus e táticas,
Por onde barcos singram sós e álacres.
E viste-me: o desejo de passagem.
E seguiste a enfrentar Cila e deixaste-me
Com Caríbdis lutar - memória e nada.

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