sábado, 25 de abril de 2015

Adriano Nunes: "Do instante que finda"

"Do instante que finda"


Aqui estás só -
Alerta-me o verso.
As rimas? São riscos
E não mais que isso.
O ritmo? Ser pode
O insólito norte.
Aqui estás solto -
Confessa meu olho
Enquanto procura
Pela arquitetura
Insigne, a que erga
Um brinde à beleza.
Eis que o alumbramento
Dita as regras rígidas
Do instante que finda.
Aqui estás todo -
Exala o oximoro
Em que estou ardendo.
Memória e remendos...
E bica o meu íntimo
O corvo do instinto,
Com afinco e astúcia.
Que tática esdrúxula
Sentir quem me penso!

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