quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Adriano Nunes: "Elegia"

"Elegia"



Ó Mnemósine, 
Já, devolve-me
O menino
Que eu era,
Clímax do
Existir
Que sequer
Bem sabia
Dos enigmas
Das metáforas, 
Dos perigos
Do lirismo
Incontido,
Das ciladas
Das leis rígidas
Das laringes
De grafite,
Das grãs regras
Da poética,
Sem demora.

Ó Mnemósine, 
Já, devolve-me
Todo o instante
Raro em que
Cada verso
Era o quântico
Aparato
Da inocência, 
A mais grácil 
Primavera
Da alegria,
Ante o ritmo
Do brincar,
Sem a pressa
Opressiva
Deste corre-
Corre, agora,
Que, voraz,
Tudo encerra,
Tudo poda!






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