sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Adriano Nunes: "O outro" - Para Marina Lima

"O outro" - para Marina Lima





Eu carne tez osso
Dentro de mim oco
Fora de si solto
Eu alma voz corpo


Púbis ônix Fênix
Tórax Ajax olho
Hálux luz sêmen
Amanhã me escolho


Eu pedaço todo
Dentro de mim outro
Fora de si louco
Eu âmago porto.











quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Adriano Nunes: "Abraço" - Para Romério Rômulo

"Abraço" - Para  Romério Rômulo



Escápulas, clavículas,
Úmeros, ulnas, rádios,

(Aos poucos,
Faz-se o abraço)

Trapézios, escafóides,
Semilunares, carpos,

(Um corpo
Noutro corpo)

Piramidais, hamatos
Trapezoides, captatos

(e quase
tão colados)

Pisiformes, mãos, braços,
Antebraços, falanges.

(Os ossos
De alguns versos...)








quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Adriano Nunes: "A Rosa"


A ROSA




Rogai por vós,
Por vossas pétalas,
Ó flor poética!
Voltai, por elas,


Escol da Flora,
A ser mais bela.
Que vosso branco
Seja mais alvo


Que a própria nuvem,
Que o claro cravo,
Que o lindo lírio,
Que toda esclera.


Nem girassóis
Venham a ter
Vosso amarelo.
Nem as orquídeas,


Tão virtuosas,
Possam, aqui,
Adquirir vossas
Vestes vermelhas.


Sempre se espelhem
Em vosso sangue,
Os cristalinos
Tons dos crisântemos.


Sempre se espalhem
Pelos jardins,
Os vossos polens,
E além, ó rosa!





quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Adriano Nunes: "Ictus cordis" - Para Antonio Cicero.

"Ictus cordis" - Para Antonio Cicero



Madrugada. Onde será
Que se escondem os meus desejos,
Por quais portas partem de mim
E migram, sem paz, para a sala,
Para os livros, por corredores,
Em silêncio, dando mil voltas
Em redor das horas, sem fim?
Ulisses não volta e convence-me

De que o azul se perde no céu,
Ante a alvura veloz das nuvens, 
Ante a dispersão distorcida
Do dia: são diagonais
Diferentes ferindo os vértices
Da alegria e da grã leveza,
Sorvendo as margens da manhã.
Não ficaram só meus remorsos

Mórbidos, em órbita, n'alma,
Nos desencontros da saudade...
Outrora, feliz fui somente
E fugi de mim feito espectro
Forçado a ver-se em esperanças.
Outra ilusão? Outra vertigem
Diverte assim meu coração
Em desespero. Os nossos corpos

Confundiram-se em formas, sóis
Do veneno de algum vernáculo.
Nada me deixa respirar,
E a vida revira-se e some
Pelo circo das circunstâncias,
Enquanto Circe me circunda,
E o seu feitiço é feito: não
Há mais a noite e nem a névoa

Sobrevoando o breve instante.
Cobiço a luz da Estrela D'Alva,
Pela vidraça da janela, 
E brando brilho me embriaga.
Dentro de mim, o que supus
Ser, lá fora, grita: quem sou?
Daqui, vejo a chuva fluir....
Forjam-se véus em meu ser só.

À madrugada, quem verá
O meu sonho trilhar por todos
Os propósitos das galáxias,
Vagar pelas frestas dos frêmitos
Do existir que, mesmo ferido,
Pulsa, Gáveas, Grécias, Galápagos,
Galgar, desprender-se do tédio,
Despertando pedras e, passo

A passo, portões, precipícios
Profundos, pensamentos, prados,
Pontes, paredes, torres, trânsito,
Planícies, planaltos, províncias,
Prédios, trincheiras, tribunais,
Ultrapassar? E Como não
Amar a aurora, com as áureas
Proezas de um belo poema?





Adriano Nunes: "Espelho" - Para minha irmã Anita

"Espelho" - Para minha irmã Anita


A face
Desfaz-se...

Destarte,
Batom

À boca,
Acaba

O gesto,
À toa.

Rabisca
O além-

Boca,
Não sabe

Que tem
Limite

A boca.
Agora

Escolhe
Um lápis

De sombra
E o olhar

Diz que
Não gosta.

Retorna
Aos lábios,

Empolga-se:
Já não

Há boca,
Há lagos

De cores
E rotas.

Retoma
O lápis,

Contorna
As pálpebras,

Os cílios
Lapida

De tom
Lilás

E pisca...
E arrisca-se.

Congela-se,
Com Arte.

Recolho
A lágrima

E grifo
O amor:

Renasce
A tarde.








segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Adriano Nunes entrevista o poeta e filósofo Antonio Cicero

ADRIANO NUNES ENTREVISTA O POETA/FILÓSOFO ANTONIO CICERO



"A verdade é que a verdade, pelo menos no sentido convencional da palavra, não interessa ao poema." Que pode interessar a um poema? Que pode ou quer um poema? Com que peso e finalidade um poema invade a alma de tantas pessoas?

Falar sobre Antonio Cicero é sempre instigante e gratificante, é uma verdadeira viagem ao mundo insólito e intrigante das Artes e do Pensamento Humano. E entrevistar esse poeta/filósofo/letrista/tradutor/homem de rara beleza e encanto/ é uma dádiva.

Antonio Cicero é um dos grandes pensadores da Atualidade. Inicialmente, conhecido por escrever as letras das canções da sua irmã, a cantora Marina Lima, brindou-nos, com composições belíssimas, a partir dos anos 80, cravando de vez o seu nome na História da Música Pop Brasileira. É autor dos livros "O mundo desde o fim" (Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1995) sobre Filosofia; "Guardar" (Rio de Janeiro: Record, 1996) seu primeiro livro de poemas, vencedor do Prêmio Nestlè de Literatura Brasileira; "A cidade e os livros" (Rio de Janeiro: Record, 2002) livro de poemas apresentado por José Miguel Wisnik; "Finalidades sem fim" (São Paulo: Companhia das Letras, 2005) onde há uma reunião de ensaios sobre Artes, Poesia, Vanguarda, Crítica, fundamental para quem desejar entender tais temas.

Assistir a uma palestra de Cicero é estar diante do que há de bom e lúcido no mundo literário e crítico. Ouvi-lo recitar poemas é como se pudéssemos voltar à Grécia Clássica e ver de perto um espetáculo iluminado de amplidão ímpar.

Nesta entrevista, procurei invadir a alma deste homem que nos alerta:

"Não sei bem onde foi que me perdi;
Talvez nem tenha me perdido mesmo,
Mas como é estranho pensar que isto aqui
Fosse o meu destino desde o começo."



ADRIANO NUNES: Como se deu seu interesse pela Poesia?

ANTONIO CICERO: Quando garoto, no ginásio, ao ler I-Juca Pirama, de Gonçalves Dias, na antologia escolar. Depois, quando fui com minha família morar nos Estados Unidos, no “high school”, ao ler Shakespeare, os poetas românticos ingleses, Walt Whitman e Emily Dickinson.

ADRIANO NUNES: Em que período da sua vida você sentiu/descobriu que era poeta? Esta descoberta não perturbou o seu "eu" filosófico já que a Filosofia é uma das suas paixões?

ANTONIO CICERO: Por essa época eu comecei a escrever textos que considerava poemas. Mas a poesia não é uma profissão. Ninguém vive de poesia, de modo que, quando eu pensava no que queria ser quando me tornasse quando adulto, jamais me passava pela cabeça ser poeta. Entretanto, eu escrevia esses textos que considerava poemas, de modo que talvez, se pensasse no assunto, me considerasse poeta, mas eu não pensava nesse assunto. Ser poeta era, nesse sentido, uma coisa que fazia parte de mim, como ter cabelos pretos. Mas demorou muito para que eu me definisse como poeta. Na verdade, isso só ocorreu depois que diferentes pessoas começaram a pensar em mim como poeta.
Muito cedo li Tolstoi, Dostoievski, Thomas Mann, Machado de Assis etc., de modo que o que eu queria mesmo ser era um romancista, ou melhor, ser um grande romancista, pois era muito ambicioso. Depois, quando comecei a ler filosofia, pensei em ser um filósofo, embora jamais – nem mesmo hoje, nem mesmo depois que algumas outras passaram a me chamar de “filósofo” – ousei me dizer tal. É que basta que uma pessoa escreva poemas – mesmo que não sejam bons – para que, de certo modo, eu ache certo chamá-la de poeta, mas não basta que uma pessoa escreva livros de filosofia ou dê aula de filosofia para que eu a considere um filósofo. Só considero filósofo aquele cujo pensamento conceitual seja capaz de me obrigar a aguçar ou a tornar mais profundo ou mais preciso ou mais sutil o meu próprio pensamento conceitual. Assim, para mim, “filósofo” é um título honorífico, que só pode ser atribuído pelos outros filósofos.

ADRIANO NUNES: Atualmente, a Poesia ou a Filosofia lhe dá mais alegria?

ANTONIO CICERO: A poesia, que é aberta ao princípio do prazer. A filosofia, por outro lado, obedece ao princípio do desempenho.

ADRIANO NUNES: Ter blog, escrever canções, fazer poemas, filosofar... como você utiliza o seu tempo no dia-a-dia para conciliar suas atividades artísticas?

ANTONIO CICERO: No momento, está muito complicada essa conciliação. Ando muito sem tempo, o que está me angustiando.

ADRIANO NUNES: Quais poetas diretamente e indiretamente influenciaram suas obras?

ANTONIO CICERO: Não é fácil saber o que foi que realmente nos influenciou. Tudo aquilo de que realmente gostei me influenciou. Entre os poetas de que mais gosto estão Homero, Horácio, Baudelaire, Goethe, Hölderlin, Rilke, Yeats, T.S. Eliot, Pessoa, Drummond.

ADRIANO NUNES: Vêem-se claramente em seus poemas temas mitológicos. Você consegue transpor tais temas para o cotidiano e o leitor se identifica com as imagens ali projetadas. Seria influência mesmo dos clássicos gregos ou fascínio pela Mitologia?

ANTONIO CICERO: O que chamamos de “mitologia” são histórias contadas nas obras dos grandes poetas gregos: Homero, Hesíodo, Píndaro, Sófocles etc. Essas obras, como todas as obras canônicas, fazem parte importante do patrimônio cultural dos poetas – e dos leitores de poesia – modernos. Elas fazem parte do vocabulário da nossa imaginação. Eu as uso mais ou menos como uso as palavras da língua. Elas são minhas, fazem parte do meu ser.

ADRIANO NUNES: Quando se discute Vanguarda no Brasil, o seu nome é frequentemente citado. O seu livro Finalidades Sem Fim trata deste assunto com clareza e requinte. Não há mais Vanguarda? Não é possível mais haver movimentos vanguardistas?

ANTONIO CICERO: A vanguarda é o que vai à frente, para mostrar o caminho para todos os demais. Só se pode falar do caminho quando se trata de um só caminho para todos. Ora, o único caminho que todos devem seguir é o de compreender que não há um só, que não há um único caminho, que há uma infinidade de caminhos possíveis: que cada um tem o direito de seguir o seu próprio caminho. Querendo ou não querendo, foi esse o caminho que a vanguarda apontou. Depois disso não há mais necessidade de vanguarda. Não é mais necessário mostrar que há uma infinidade de caminhos, porque isso já foi feito; e se, ao contrário, alguém quiser indicar um caminho diferente desse, estará, na verdade, voltando atrás, e não sendo vanguardista. A pretensão de ser vanguardista hoje é, portanto, algo reacionário. É claro que todo tipo de experimentação é e sempre será possível, mas seria errado chamá-la de “vanguarda”.

ADRIANO NUNES: Na apresentação do seu livro de poemas A Cidade e o Livros, José Miguel Wisnik diz:"Um livro espantosamente belo, e ainda capaz - homoeróticas - das mais límpidas declarações de amor que temos visto." Há preconceito na Poesia? Por que "ainda capaz" soa como se não fosse possível?

ANTONIO CICERO: Não considero preconceituosa a declaração do Wisnik. Eu a parafrasearia do seguinte modo: “um livro que, além de espantosamente belo, é capaz das mais límpidas declarações de amor – por acaso homoeróticas – que temos visto”.

ADRIANO NUNES: Você sempre procura alertar para que todo poema seja bem trabalhado. O que é ser bem trabalhado?

ANTONIO CICERO: Um poema é bem trabalhado quando o poeta não confia apenas na sua primeira intuição e não se contenta rapidamente com a primeira manifestação dele, mas dá chance a que essa primeira manifestação se desenvolva maximamente, empregando ao mais alto grau todas as faculdades de que ele (o poeta) for dotado.

ADRIANO NUNES: Em muitas antologias poéticas contemporâneas, o seu poema Guardar está presente e muitos críticos/poetas/artistas consideram esse poema um dos mais belos da Poesia Brasileira. Como se deu o processo de criação desse poema?

ANTONIO CICERO: Não sei explicar. Ele parece ter-se desdobrado por conta própria.

ADRIANO NUNES: Você esperava vencer o Prêmio Nestlé de Literatura?

ANTONIO CICERO: Não esperava, mas é claro que queria ganhá-lo.

ADRIANO NUNES: As letras de suas canções tratam de variados assuntos, mais e intensamente de amor e paixão e ao mesmo tempo de amores em que o amante/amado encontram-se como se afastados do amor e da felicidade, numa luta de egos e de fugas/entregas/medos...como se tivessem que aprender a amar. Por quê?

ANTONIO CICERO: É outra coisa que não sei explicar. Elas vêm assim.

ADRIANO NUNES: O seu blog Acontecimentos é muito visitado. Como consegue manter atualizadas suas postagens e ainda responder aos comentários dos leitores? É gratificante essa troca de informações pela Internet?

ANTONIO CICERO: Ponho no blog as coisas de que gosto muito. Sempre fui muito organizado nas minhas leituras. Desde estudante universitário, tomo notas, acompanhadas de observações minhas, de quase tudo o que leio. Mas, no blog, não tenho tido tempo de fazer tantos comentários quanto antigamente. De todo modo, quando o faço, não só os leitores me ensinam muitas coisas mas, quando tento lhes explicar o que penso, explico-o também para mim mesmo.

ADRIANO NUNES: Quais poetas em atividade você pode citar como bons, que estão produzindo poemas belos, que estão em busca de Poesia de Qualidade, se é que tal termo possa ser aplicado.

ANTONIO CICERO: Acho que tal termo pode ser aplicado. Há vários poetas bons em atividade. É sempre ruim citar porque a gente não pode citar todo o mundo e sempre esquece de alguém que não podia ter deixado de citar. Além dos já clássicos Ferreira Gullar, Augusto de Campos e Décio Pignatari, que continuam produzindo, há, por exemplo, em ordem alfabética, Arnaldo Antunes, Eucanaã Ferraz, Nelson Ascher e Paulo Henrique Brito. Dos novíssimos, Omar Salomão é muito bom.

ADRIANO NUNES: O que faz um poema ser considerado belo?

ANTONIO CICERO: Não há regra geral para isso. Isso não quer dizer que valha tudo. É que são muitos os elementos que entram em jogo na apreciação de um poema. Entretanto, a verdade é que, com o tempo, embora qualquer um, de qualquer origem, possa se manifestar, e embora muitíssimos efetivamente se manifestem, tende a haver consenso em torno de determinadas obras.

ADRIANO NUNES: Os poetas virtuais estão aí publicando poemas em blog/sites, já que há certa dificuldade/custo com editoras para que um livro seja publicado. O que seria preciso para que as Editoras publicassem mais livros de poemas? Nas livrarias, o espaço reservado para a área "POESIA" é sempre menor em comparação com outras áreas. Poesia não dá dinheiro?

ANTONIO CICERO: Não, poesia não dá dinheiro. Leminski dizia que isso é uma das grandes vantagens da poesia sobre as outras artes, pois significa que ninguém faz poesia por dinheiro. Observo que isso não é de hoje. Sempre foi assim, desde que surgiu a poesia escrita. E antigamente era pior, pois não havia Internet. Além disso, é muito mais barato publicar um livro hoje do que há poucos anos atrás.

ADRIANO NUNES: Quais seus próximos projetos literários?

ANTONIO CICERO: Um livro de poemas.

ADRIANO NUNES: Que há de "novo" e bom no gigantesco mundo das Artes?

ANTONIO CICERO: O reconhecimento internacional da importância das artes plásticas brasileiras. O caminho foi aberto pelas exposições de Hélio Oiticica na Europa e nos Estados Unidos. No momento, Cildo Meireles está tendo uma grande exposição na Tate Modern, em Londres.

ADRIANO NUNES: Há algum poeta nesse mundo virtual de blog/sites que você considera como bom e promissor?

ANTONIO CICERO: Sim: você, por exemplo.

ADRIANO NUNES: Qual o poder e o peso de um poema?

ANTONIO CICERO: A leitura cuidadosa de um grande poema é capaz de fazer o leitor dizer a si próprio, como Rilke, ao contemplar o torso arcaico de Apolo: “Tens que mudar tua vida”.

domingo, 11 de janeiro de 2009

Adriano Nunes: "Perigo"

PERIGO





É quase manhã.

Onde está você?


O meu coração
Pensa que não sabe
Apenas bater.








15/06/01, São Paulo

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Adriano Nunes: "Milagre" - Para Walt Whitman.

MILAGRE (Para Walt Whitman)

"To me every hour of the light and dark is a miracle"
(WALT WHITMAN)




Eu quero O SOL
Agora a pino.


Seus raios
Suas cores
Suas luzes
Seus tons


Rápido ocaso,
Depois, sorrindo!




quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Adriano Nunes: "Roleta-russa"

Roleta-russa


Em casa,
A minha
Vontade
É só
Sair.


Lá fora,
O meu
Desejo
É mesmo

Sumir.


Mas onde
Então
Eu devo
Fincar
Os pés?



No céu
De Ícaro ou
No báratro

Infindo
Do íntimo?







sábado, 3 de janeiro de 2009

Adriano Nunes: "Girassol" - Para a minha amada mãe.

GIRASSOL (Para a minha amada mãe)




É como se Deus houvesse
Arrancado o sol do céu


(Nunca apenas serão pétalas
Em nossos jardins poéticos)


E, de repente, cravado
Seus raios, num mastro verde,


Para deleite da Terra.
Para mim, mais que metáfora.





Adriano Nunes: "Ouro"

OURO




claroclaroclaroclaroclaro
))))oclaroclaroclaroclaro
(lar))))))oclaroclaroclaro
))))))(lar))))))oclaroclaro
))))))))))))(lar))))))oclaro
)))))))))))))))))(lar))(lar))
(c))))))))))))))))))))o lar))
))))))))))))))))))))))o (ar))
(c))))))))))))))))))))))))(o)
(((((((((((((-íris))))))))))))







sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Adriano Nunes: "Mar"

"Mar"


Do cais, o mar mantém
A líquida dinâmica
Da vida, e tudo vibra:
A esverdeada musa,

Dragões, tribais, tritões,
Surfistas, luz, calor.
O tempo se distrai
Porque a lida delira,

Olhares se comovem,
E o infinito mergulha,
Ali,  rente aos desejos.

Do trampolim, atiro-me.
Ondas viram sereias...
E, à tez do sol, eu canto-o.








quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Adriano Nunes: "Medo De Mim"

MEDO DE MIM







MEDOMINAMEDOMINAMEDOMINAMEDOMINAMEDOMINA
EDOMINAMEDOMINAMEDOMINAMEDOMINAMEDOMIN
DOMINAMEDOMINAMEDOMINAMEDOMINAMEDOMI
OMINAMEDOMINAMEDOMINAMEDOMINAMEDOM
MINAMEDOMINAMEDOMINAMEDOMINAMEDO
INAMEDOMINAMEDOMINAMEDOMINAMED
NAMEDOMINAMEDOMINAMEDOMINAME
AMEDOMINAMEDOMINAMEDOMINAM
MEDOMINAMEDOMINAMEDOMINA
EDOMINAMEDOMINAMEDOMIN
DOMINAMEDOMINAMEDOMI
OMINAMEDOMINAMEDOM
MINAMEDOMINAMEDO
INAMEDOMINAMED
NAMEDOMINAME
AMEDOMINAM
MEDOMINA




DE MIM