"Fluir" - para Chico César
Um rio corre dentro do que sou,
E o que penso já ser é um outro rio.
Fluir é o próprio fim. E me inebrio
Do devir, do passar, do que cessou.
Corro em mim, para dentro e exterior,
Ousando o igual não ser, por ser só rio.
No fundo, areia e seixo, um arredio
Insólito mudar-se, mesmo humor.
Ousando o igual não ser, por ser só rio.
No fundo, areia e seixo, um arredio
Insólito mudar-se, mesmo humor.
Somente o relembrar é foz, semente.
Corto e curto cidades de passagem.
Miragens em meu ser mais interagem.
Corto e curto cidades de passagem.
Miragens em meu ser mais interagem.
O sol alto, tão solto, transparente
Faz-me. À noite, o luar se vê na lente.
E os que adentram em mim sequer me sabem.
Faz-me. À noite, o luar se vê na lente.
E os que adentram em mim sequer me sabem.
Adriano Nunes
Nenhum comentário:
Postar um comentário