quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Chase Twichell: "Downstairs in Dreams" (tradução de Adriano Nunes)

"Para baixo nos sonhos" (tradução de Adriano Nunes)
Tentando adormecer,
eu conto em decrescendo pegadas de pedra
pra dentro da escuridão, e lá elas são:
Centauros, metade dentro e metade fora
dos bosques, traseiros entre as árvores.
Para baixo nos sonhos eu diretamente
investigo os seus olhos de homem,
os quais são opacos, absorventes.
Eles não falam. Não falo
dos longos amarelados dentes rasgando
o pequeno vestido - só por um relance,
sem dano feito. Sem mãos, sem danos.
Os traseiros deles entre as árvores.
Sem palavras pra conter isto ou explicar.
Não podes traduzir algo
que nunca esteve em uma linguagem
em primeiro lugar.


Chase Twichell: "Downstairs in Dreams"

Downstairs in Dreams

Trying to fall asleep,
I count down stone steps
into the dark, and there they are:
Centaurs, half in and half out
of the woods, hindquarters still trees.
Downstairs in dreams I look
directly into their man-eyes,
which are opaque, absorbent.
They don’t speak. I don’t speak
of the long yellow teeth tearing off
the little dress—just for a glimpse,
no harm done. No hands, no harm.
Their hindquarters still trees.
No words to explain or contain it.
You can’t translate something
that was never in a language
in the first place.


TWICHELL, Chase. "Downstairs in Dreams". In:____.https://www.poets.org/poetsorg/poem/downstairs-dreams. Acesso em 10/02/2016.

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