"Esvai-se um ano de novo"
Falta pouco. Algumas horas,
E o ano que novo fora
Não mais te consola.
Planos tantos, sonhos em mora...
Deixa tudo pra depois, ora!
E assim o ano passou. Opta
Por dias outros, chance novas.
Recolhe a ilusão que sobra.
Falta pouco. Não demora
E tudo parecerá distinto, fora
Da expectativa que se adota.
Amores perdidos, achados, notas
Para um diário, roupas da moda,
Saúde que vingara à prova
De tudo outra vez te cobra
A rígida conta - já te apavoras? -
Esquece a dieta não feita, goza
A possibilidade da próxima.
Esquece as baixas notas
Na escola do mundo. Que importa?
Daqui a pouco terás ótimas
Quimeras pra domesticar. É a forma
De ver sem suspeita que agora
Tudo dará pé. Mais te solta
De ti. Por cima dá aquela volta
Por cima e acima. Nada cola
Mais daquelas desculpas tortas
Que engendraste como rota
Para as tuas mancadas óbvias.
Daqui a pouco, fogos solta!
Tudo será devir. Comemora
A alegria de haver mais uma hora
Além daquela que antes era - olha! -
A única saída, a fechada porta.
Esvai-se um ano. Como tantos. A sombra robótica
Do que já há não te molda.
Gritos solta. Alto canta. Joga
O tempo contra o tempo. És obra
De ti. Sempre foste. Melhora-te.
O ano é a continuação só - não notas? -
Daqueles todos outrora.
Nada é mesmo novo se não optas
Por mudar-te a fundo, por normas
E outro matiz dar-te à tua história.
Deixa que a esperança doura
O que nem o acaso controla.
É assim a vida, a dinâmica mola
Dos desassossegos e glórias,
Dos risos e das ondas revoltas.
Que mesmo não brota?
Vê bem: tudo passa e não volta!
E o ano que novo fora
Não mais te consola.
Planos tantos, sonhos em mora...
Deixa tudo pra depois, ora!
E assim o ano passou. Opta
Por dias outros, chance novas.
Recolhe a ilusão que sobra.
Falta pouco. Não demora
E tudo parecerá distinto, fora
Da expectativa que se adota.
Amores perdidos, achados, notas
Para um diário, roupas da moda,
Saúde que vingara à prova
De tudo outra vez te cobra
A rígida conta - já te apavoras? -
Esquece a dieta não feita, goza
A possibilidade da próxima.
Esquece as baixas notas
Na escola do mundo. Que importa?
Daqui a pouco terás ótimas
Quimeras pra domesticar. É a forma
De ver sem suspeita que agora
Tudo dará pé. Mais te solta
De ti. Por cima dá aquela volta
Por cima e acima. Nada cola
Mais daquelas desculpas tortas
Que engendraste como rota
Para as tuas mancadas óbvias.
Daqui a pouco, fogos solta!
Tudo será devir. Comemora
A alegria de haver mais uma hora
Além daquela que antes era - olha! -
A única saída, a fechada porta.
Esvai-se um ano. Como tantos. A sombra robótica
Do que já há não te molda.
Gritos solta. Alto canta. Joga
O tempo contra o tempo. És obra
De ti. Sempre foste. Melhora-te.
O ano é a continuação só - não notas? -
Daqueles todos outrora.
Nada é mesmo novo se não optas
Por mudar-te a fundo, por normas
E outro matiz dar-te à tua história.
Deixa que a esperança doura
O que nem o acaso controla.
É assim a vida, a dinâmica mola
Dos desassossegos e glórias,
Dos risos e das ondas revoltas.
Que mesmo não brota?
Vê bem: tudo passa e não volta!
Adriano Nunes