domingo, 1 de fevereiro de 2015

Adriano Nunes: "Apenas o que à razão escapa"

"Apenas o que à razão escapa"


O desejo é uma farra sináptica.
O espírito estala.
O corpo sem comandos capta
Apenas o que à razão escapa .
O coração - Ícaro com asas -
Quase do tórax à garganta salta.
Assim, conheci-te: ousadia e olhar,
Numa esperança renovada,
Na fila do supermercado, a esperar
Pelo instante de o refrigerante pagar.
Deliciosos desejos quem descarta?
Ah, e as palavras, as palavras,
De que adiantam? Nada.
Mas arriscamos algumas, para
Ver se o acaso nos ampara.

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