quarta-feira, 25 de julho de 2012

Adriano Nunes: "A noite pulsátil"

"A noite pulsátil"



Solta, pouco a pouco,
A noite despenca
Do penhasco ignoto.

O néctar da treva,
Todas as estrelas 
Elevam-se, estreiam,

Antilhas de brilho, 

Belas, sobre o breu
Profundo, poema

As alas abrindo
Do infinito quântico 

Da tela, do instante,

Pra a ululante lua.
Outrora o amarelo
Impregnava o álibi 


Pretérito, imerso 
Em alguns cromáticos 

Ecos e desertos.

Agora, essas sombras
As sobras dos astros

São, tormento e estética.

Velha, pouco a pouco,
A noite de si
Suspende-se intacta,


Semáforos e 

Sentidos e signos,
Agouros e gozos


E as algaravias... 
Do negrume, salta,

Pulsátil, a noite.





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