terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Adriano Nunes: "A vida, toda ela, no mínimo"

"A vida, toda ela, no mínimo"



Agarro-me aos gritos de silício
Das laringes do infinito e lanço-me, 

Bem antes que me ataquem, ao lápis.

Não vingo de aplauso ou paraíso.
Porque abrigo o amor nas Leis de Newton,
Não me fere a intempérie do íntimo.

Que risco 
desvendar o meu canto
Em único ato! O que me faço
É dar-me a ser  outro mais arisco,

Entregue a quem está ao meu lado.
Há muito, do que me penso, vejo-me
Liberto, leitor. Mas isso, o verso,

Vive violentamente comigo,
Sempre me amalgama em seu mistério:
A vida, toda ela, no mínimo.



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