quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Adriano Nunes: "Que engendram este átimo implacável"

"Que engendram este átimo implacável"



Talvez ela gostasse mais da casa
Refeita, alva, o espaço aberto, a vasta
Área pra ter os netos à vontade. 
Mas, agora, bem sei: tudo renasce
De tudo, do pensar que o amor abarca,
Da memória, a manhã tão já marcada
Pela ação da ilusão e pelos laços
Que engendram este átimo implacável,
O vicejar das dálias, todo o impacto
Causado pela falta, a gana gasta
Na tentativa quântica de atar-se
À mágica guinada: perdurar
Para sempre. Quem sabe se abrigasse
Em  algum verso e desse ao olhar um lar.

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