quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Adriano Nunes: "Paquera"

"Paquera"


Do lar,
Atiro-me aos
Desvãos
Do além
Do alcance
Do campo

Da minha
Visão,
Abrigo-me
No largo
Espectro
Do cérebro

Dos sonhos
Que são.
Escondo-me
Num ponto
Atrás
Da córnea.

Então,
Sem volta,
Devolvo-me
Ao cosmo
Depois
Da porta.

A fresta,
Lá fora,
Mais fecha-se:
Um flerte
Não resta,
Nem pálpebra

Alerta.
A vida
Esvai-se
Insólita,
Sozinha,
Completa.




2 comentários:

Anônimo disse...

Muito bom! Escrevi sobre espectro ontem, mas sob outro ponto de vista.

Adorei o seu!

Beijo.

ADRIANO NUNES disse...

Cara Lara,


Que bom que você gostou do poema. Ah! Estou seguindo o seu blog!

Grato,
A. Nunes.