“Pobre poeta!”
Ainda criança, uma dúvida
Logo me alcança: a poesia
Bela era somente aquela
Com rimas ricas feita, era
Logo me alcança: a poesia
Bela era somente aquela
Com rimas ricas feita, era
Apenas aquela de métrica
Perfeita, com a forma única?
Não se devia amor rimar
Com flor, porque, rudes, diziam
Que o verso belo era mesmo o
Que seguia as regras direito.
E, eu, todo ilusão e peito,
Amava rimar flor e amor
Porque o amor era a frágil flor
Que tudo perfuma com luz.
Pobre poeta me supus
Por causa de rígida regra
Que à grã beleza nunca leva.
Agora sou demais feliz:
Rimo amor e flor, como quis!