quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Adriano Nunes: "Proteu"

“Proteu”


No meio
De ritos
E ditos
Alheios,
Mais vivo.
Sei sê-los.

Não digo
De mim,
É cedo!
Mas sim
Dos que
Concebo

Da pele
Ao cerne
Do vasto
Desejo
De não
Ser mesmo -

Refiro-me
Àqueles
Que não
Sei - medo? -
Se são
Refeitos,

Por sonhos,
A cada
Momento,
Se são
Do âmago
Efeitos,

Ou se
Só são
Espectros
De outros
Que aceito,

Que vingam
Em mim,
Nos versos,
Sem, - juro! -,
Sabê-los
Inteiros,

Se usam
Meus métodos,
As mãos
Que são
As minhas,
Com jeito,

E instauram
O que
Já penso,
Ainda
Que trêmulos,
- Faceiros? -,

Ou se
São seres
Sós, cegos
De si,
Que, enfim,
Por vê-los

Efígies
Estéticas
Emprestam
À vez
Sóis, louros,
Voz, zelos.

Será
Que não
São, vê,
Ignoto
Leitor,
Espelhos,

Ou isso:
Espanto e
Instinto
Enquanto
A-penas
Escrevo?

Nenhum comentário: