quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Adriano Nunes: "Medusa" - para Emerson Oliveira Do Nascimento

"Medusa" - para Emerson Oliveira Do Nascimento


Então, muito cansado, chego à gruta
Onde se encontra a górgona mortal,
Que outrora fora bela, sem igual,
E, agora, agita serpes, luz refuta.

Vê-la é revertê-la em pedra, bruta
Matéria que se engendra crucial-
Mente em astúcia e grito, em ritual.
Ela sabe a que vim, mas não me escuta,

Não me procura em si. De que se furta
Enquanto a vida vinga cruel, curta?
Por que se deixa à lâmina, tal qual

Vítima de algum sonho, do seu mal?
Escondo-me. Perseu, tão jovial,
À cega, o alvo acerta e, assim, só, surta.

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