Adriano Nunes/ Fred Girauta: "Diáspora"
sexta-feira, 31 de janeiro de 2014
quarta-feira, 29 de janeiro de 2014
José Martí: "Tiene el alma del poeta"
"Tem a alma do poeta" (Tradução de Adriano Nunes)
Tem a alma do poeta
Estranheza singular:
Se em seu passo acha o homem
Põe-se o poeta a chorar.
Com voz de criança treme,
É de amor, e ao amor vai
Um amor que não se estreita
Em um limite carnal.
Toda a casca corrompida
O fruto corromperá.
Do amor de fêmea não fio
Se seu fogo iluminar
O escaldante sol de estio
Ou o sol pálido outonal:
Primavera primavera,
Matriz da felicidade!
José Martí: "Tiene el alma del poeta"
Tiene el alma del poeta
Tiene el alma del poeta
Extrañeza singular:
Si en su paso encuentra al hombre
El poeta da en llorar.
Con la voz de un niño tiembla,
Es de amor, y al amor va
Un amor que no se estrecha
En un límite carnal.
La corteza corrompida
El fruto corromperá.
Del amor de hembra no fío
Si su hoguera han de alumbrar
El quemante sol de estío
O el sol pálido autumnal:
¡Primavera primavera,
Madre de felicidad!
MARTÍ, José. Poesía completa. Madrid: Alianza, 2011.
Tem a alma do poeta
Estranheza singular:
Se em seu passo acha o homem
Põe-se o poeta a chorar.
Com voz de criança treme,
É de amor, e ao amor vai
Um amor que não se estreita
Em um limite carnal.
Toda a casca corrompida
O fruto corromperá.
Do amor de fêmea não fio
Se seu fogo iluminar
O escaldante sol de estio
Ou o sol pálido outonal:
Primavera primavera,
Matriz da felicidade!
José Martí: "Tiene el alma del poeta"
Tiene el alma del poeta
Tiene el alma del poeta
Extrañeza singular:
Si en su paso encuentra al hombre
El poeta da en llorar.
Con la voz de un niño tiembla,
Es de amor, y al amor va
Un amor que no se estrecha
En un límite carnal.
La corteza corrompida
El fruto corromperá.
Del amor de hembra no fío
Si su hoguera han de alumbrar
El quemante sol de estío
O el sol pálido autumnal:
¡Primavera primavera,
Madre de felicidad!
MARTÍ, José. Poesía completa. Madrid: Alianza, 2011.
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domingo, 26 de janeiro de 2014
José Emilio Pacheco: "Retorno a Sísifo"
"Retorno a Sísifo" (Tradução de Adriano Nunes)
Retorno a Sísifo
Rodou a pedra e outra vez como antes
a empurrarei, a empurrarei rampa acima
para vê-la rodar de novo.
Começa a batalha que engendrei mil vezes
contra a pedra e Sísifo e mim mesmo.
Pedra que nunca te deterás no cimo:
Dou-te as graças por rodar rampa abaixo.
Sem este drama inútil seria inútil a vida.
José Emilio Pacheco: "Retorno a Sísifo"
Retorno a Sísifo
Rodó la piedra y otra vez como antes
la empujaré, la empujaré cuestarriba
para verla rodar de nuevo.
Comienza la batalla que he librado mil veces
contra la piedra y Sísifo y mí mismo.
Piedra que nunca te detendrás en la cima:
te doy las gracias por rodar cuestabajo.
Sin este drama inútil sería inútil la vida.
PACHECO, José Emilio. El Silencio de la luna. México, D.F.: Ediciones Era, 2007, p. 23.
Retorno a Sísifo
Rodou a pedra e outra vez como antes
a empurrarei, a empurrarei rampa acima
para vê-la rodar de novo.
Começa a batalha que engendrei mil vezes
contra a pedra e Sísifo e mim mesmo.
Pedra que nunca te deterás no cimo:
Dou-te as graças por rodar rampa abaixo.
Sem este drama inútil seria inútil a vida.
José Emilio Pacheco: "Retorno a Sísifo"
Retorno a Sísifo
Rodó la piedra y otra vez como antes
la empujaré, la empujaré cuestarriba
para verla rodar de nuevo.
Comienza la batalla que he librado mil veces
contra la piedra y Sísifo y mí mismo.
Piedra que nunca te detendrás en la cima:
te doy las gracias por rodar cuestabajo.
Sin este drama inútil sería inútil la vida.
PACHECO, José Emilio. El Silencio de la luna. México, D.F.: Ediciones Era, 2007, p. 23.
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Adriano Nunes: "De magna alegria"
"De magna alegria"
Pôs-se a Poesia
A posicionar-se
Perante a catarse
Que a ela ocorria.
Talvez, outro dia,
Além do disfarce,
O vate ressarce,
Mesmo, à Poesia,
Com a sua Arte,
O que deveria,
Parte sobre parte
Do que fundaria,
Até que se farte
De magna alegria.
Pôs-se a Poesia
A posicionar-se
Perante a catarse
Que a ela ocorria.
Talvez, outro dia,
Além do disfarce,
O vate ressarce,
Mesmo, à Poesia,
Com a sua Arte,
O que deveria,
Parte sobre parte
Do que fundaria,
Até que se farte
De magna alegria.
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sábado, 25 de janeiro de 2014
Lola Ridge: "Altitude"
"Altitude" (Tradução de Adriano Nunes)
Altitude
Eu me pergunto
como seria estar aqui contigo,
onde o vento
que tem sacudido o pó nos baixos vales
toca-te precisamente,
como com uma mão recém-lavada,
e dor
é como a remota fome de coisas monótonas,
e raiva
mas um pequeno silêncio
afundando em grande silêncio.
Lola Ridge: "Altitude"
Altitude
I wonder
how it would be here with you,
where the wind
that has shaken off its dust in low valleys
touches one cleanly,
as with a new-washed hand,
and pain
is as the remote hunger of droning things,
and anger
but a little silence
sinking into the great silence.
RIDGE, Lola. Sun-up: And Other Poems. Tennessee: Lightning Source Inc, 2008.
Altitude
Eu me pergunto
como seria estar aqui contigo,
onde o vento
que tem sacudido o pó nos baixos vales
toca-te precisamente,
como com uma mão recém-lavada,
e dor
é como a remota fome de coisas monótonas,
e raiva
mas um pequeno silêncio
afundando em grande silêncio.
Lola Ridge: "Altitude"
Altitude
I wonder
how it would be here with you,
where the wind
that has shaken off its dust in low valleys
touches one cleanly,
as with a new-washed hand,
and pain
is as the remote hunger of droning things,
and anger
but a little silence
sinking into the great silence.
RIDGE, Lola. Sun-up: And Other Poems. Tennessee: Lightning Source Inc, 2008.
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sexta-feira, 24 de janeiro de 2014
Poemas meus na Revista de Literatura e Linguística "Eutomia"
Poemas meus publicados na Revista de Literatura e Linguística da Universidade Federal de Pernambuco "Eutomia":
https://periodicos.ufpe.br/revistas/EUTOMIA/issue/view/24/showToc
https://periodicos.ufpe.br/revistas/EUTOMIA/issue/view/24/showToc
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sexta-feira, 17 de janeiro de 2014
Meu novo blog de Direito e Filosofia: "Droit Pra Filosofar"
Blog "Droit Pra Filosofar"
Convido os amigos para conhecerem o meu novo blog de Direito e Filosofia: "Droit Pra Filosofar" no endereço eletrônico: http://droitprafilosofar.blogspot.com.br/
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quinta-feira, 16 de janeiro de 2014
Adriano Nunes: "Uma canção" - Para Caetano Veloso
"Uma canção" - Para Caetano Veloso
Um dia irei cantar para ti
Tudo que te dizer eu queria,
Que te dizendo, sem canto, o dito
Tão pouco valeria ou diria,
Pois várias vezes o repeti,
Eco disperso sem ritmo ou metro,
Sem o magno matiz da alegria,
Porque bem sei que em uma canção
Cabe o dito, o não dito, o infinito,
O amor e toda a sua amplidão.
Um dia irei cantar para ti
Tudo que te dizer eu queria,
Que te dizendo, sem canto, o dito
Tão pouco valeria ou diria,
Pois várias vezes o repeti,
Eco disperso sem ritmo ou metro,
Sem o magno matiz da alegria,
Porque bem sei que em uma canção
Cabe o dito, o não dito, o infinito,
O amor e toda a sua amplidão.
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terça-feira, 14 de janeiro de 2014
Juan Gelman: "Arte poética"
"Arte poética" ( Tradução de Adriano Nunes )
Arte Poética
Entre tantos ofícios exerço este que não é meu,
como um amo implacável
obriga-me a trabalhar de dia, de noite,
com dor, com amor,
sob a chuva, na catástrofe,
quando se abrem os braços da ternura ou da alma,
quando a enfermidade afunda as mãos.
A este ofício obrigam-me as dores alheias,
as lágrimas, os lenços saudadores,
as promessas em meio ao outono ou ao fogo,
os beijos de encontro, os beijos de adeus,
tudo me obriga a trabalhar com as palavras, com o sangue.
Nunca fui o dono de minhas cinzas, meus versos,
rostos obscuros escrevem-nos como atirar contra a morte.
Juan Gelman: "Arte poética"
Arte poética
Entre tantos oficios ejerzo éste que no es mío,
como un amo implacable
me obliga a trabajar de día, de noche,
con dolor, con amor,
bajo la lluvia, en la catástrofe,
cuando se abren los brazos de la ternura o del alma,
cuando la enfermedad hunde las manos.
A este oficio me obligan los dolores ajenos,
las lágrimas, los pañuelos saludadores,
las promesas en medio del otoño o del fuego,
los besos del encuentro, los besos del adiós,
todo me obliga a trabajar con las palabras, con la sangre.
Nunca fui el dueño de mis cenizas, mis versos,
rostros oscuros los escriben como tirar contra la muerte.
GELMAN, Juan. Poesía Reunida. Barcelona: Seix Barral, 2012.
Arte Poética
Entre tantos ofícios exerço este que não é meu,
como um amo implacável
obriga-me a trabalhar de dia, de noite,
com dor, com amor,
sob a chuva, na catástrofe,
quando se abrem os braços da ternura ou da alma,
quando a enfermidade afunda as mãos.
A este ofício obrigam-me as dores alheias,
as lágrimas, os lenços saudadores,
as promessas em meio ao outono ou ao fogo,
os beijos de encontro, os beijos de adeus,
tudo me obriga a trabalhar com as palavras, com o sangue.
Nunca fui o dono de minhas cinzas, meus versos,
rostos obscuros escrevem-nos como atirar contra a morte.
Juan Gelman: "Arte poética"
Arte poética
Entre tantos oficios ejerzo éste que no es mío,
como un amo implacable
me obliga a trabajar de día, de noche,
con dolor, con amor,
bajo la lluvia, en la catástrofe,
cuando se abren los brazos de la ternura o del alma,
cuando la enfermedad hunde las manos.
A este oficio me obligan los dolores ajenos,
las lágrimas, los pañuelos saludadores,
las promesas en medio del otoño o del fuego,
los besos del encuentro, los besos del adiós,
todo me obliga a trabajar con las palabras, con la sangre.
Nunca fui el dueño de mis cenizas, mis versos,
rostros oscuros los escriben como tirar contra la muerte.
GELMAN, Juan. Poesía Reunida. Barcelona: Seix Barral, 2012.
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domingo, 12 de janeiro de 2014
Adriano Nunes: "Vem, ó verso, invade-me"
"Vem, ó verso, invade-me"
Vem, ó verso, invade-me,
Põe os teus olhares
Sobre a minha Arte,
Deixa-me cantar-te,
Dá-me astúcia e dons.
Ó, vem sustentar-me
Com a tua carne
De metros e sons,
Ó, vem confortar-me,
Nesta tensa tarde,
Com teus ares bons,
Traze-me as sinapses
De tudo capazes,
Traze-me os tais tons
Da felicidade.
Vem, ó verso, invade-me,
Põe os teus olhares
Sobre a minha Arte,
Deixa-me cantar-te,
Dá-me astúcia e dons.
Ó, vem sustentar-me
Com a tua carne
De metros e sons,
Ó, vem confortar-me,
Nesta tensa tarde,
Com teus ares bons,
Traze-me as sinapses
De tudo capazes,
Traze-me os tais tons
Da felicidade.
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domingo, 5 de janeiro de 2014
Adriano Nunes: "Pelo nome Poesia" - Para o amigo João Do Corujão
"Pelo nome Poesia" - Para o amigo João Do Corujão
Pelas frestas
Dos vernáculos,
Ver além,
Ver aquém,
Ver de fato,
Ver versátil,
Ver-se bem.
Pelas frases
Desse oráculo,
Dá-se ao metro,
Dá-se ao ritmo,
Dá-se à forma,
Dá-se ao fim,
Dá-se inteiro.
Pelas frinchas
Dos obstáculos,
Ser, não ser,
Ter, não ter,
Refazer-se
Pleno, Intacto,
Eis o pacto.
Pelas frotas
Dos tentáculos
Da alegria,
Atirar-se
À palavra
Viva do
Dia a dia.
Pelos frutos
Do espetáculo
Das sinapses,
Atender,
Com prazer,
Pelo nome
Poesia.
Pelas frestas
Dos vernáculos,
Ver além,
Ver aquém,
Ver de fato,
Ver versátil,
Ver-se bem.
Pelas frases
Desse oráculo,
Dá-se ao metro,
Dá-se ao ritmo,
Dá-se à forma,
Dá-se ao fim,
Dá-se inteiro.
Pelas frinchas
Dos obstáculos,
Ser, não ser,
Ter, não ter,
Refazer-se
Pleno, Intacto,
Eis o pacto.
Pelas frotas
Dos tentáculos
Da alegria,
Atirar-se
À palavra
Viva do
Dia a dia.
Pelos frutos
Do espetáculo
Das sinapses,
Atender,
Com prazer,
Pelo nome
Poesia.
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quinta-feira, 2 de janeiro de 2014
Adriano Nunes: "Prova de ti, do que há!"
"Prova de ti, do que há!"
Canta o delicado instante
Em que a rosa desabrocha,
Aquece-te e acende a tocha
Do teu verso, é importante
Que ele aconteça, ante
A dor. Às vezes, sê rocha
Ou a rosa que desabrocha,
Pra entenderes tal instante.
Rapta todo o amor que há
Em cada coisa, ri, goza,
Prova de ti, do que há
Mais além de ti, ri, goza,
Pertence-te o mundo, já,
Nada esperes, antegoza!
Canta o delicado instante
Em que a rosa desabrocha,
Aquece-te e acende a tocha
Do teu verso, é importante
Que ele aconteça, ante
A dor. Às vezes, sê rocha
Ou a rosa que desabrocha,
Pra entenderes tal instante.
Rapta todo o amor que há
Em cada coisa, ri, goza,
Prova de ti, do que há
Mais além de ti, ri, goza,
Pertence-te o mundo, já,
Nada esperes, antegoza!
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Adriano Nunes: "Ita lex dicit"
"Ita lex dicit"
Dos infinitos báratros
Emerge a madrugada.
Ítaca ainda está
Acordada, agitada.
Será minha razão
Sem amarras, ou já
Fora dada, à socapa,
A revelação da
Minha chegada? Não
Tiro os olhos da praia.
O mar! Amara-o tanto!
Do olhar de Circe assalta-me
Intrigante lembrança.
Tudo passa, perpassa...
Penélope? Quem sabe
Do amor, do vestuário
Do amor? O enigma encalha
Nas areias da audácia.
Gritam atordoados
Todos os convidados
Ante o fulgor da espada.
O mar! Amara-o tanto!
Dos insólitos báratros
Avança a madrugada.
Dos infinitos báratros
Emerge a madrugada.
Ítaca ainda está
Acordada, agitada.
Será minha razão
Sem amarras, ou já
Fora dada, à socapa,
A revelação da
Minha chegada? Não
Tiro os olhos da praia.
O mar! Amara-o tanto!
Do olhar de Circe assalta-me
Intrigante lembrança.
Tudo passa, perpassa...
Penélope? Quem sabe
Do amor, do vestuário
Do amor? O enigma encalha
Nas areias da audácia.
Gritam atordoados
Todos os convidados
Ante o fulgor da espada.
O mar! Amara-o tanto!
Dos insólitos báratros
Avança a madrugada.
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quarta-feira, 1 de janeiro de 2014
Pierre Menanteau: "Le premier jour de l'an"
"O primeiro dia do ano" (Tradução de Adriano Nunes)
Os sete dias batem à porta.
Cada um deles te diz: levanta-te!
Soprando o frio, soprando o quente,
Soprando os tempos de todo jeito,
As quatro estações e sua escolta
Partilham doze meses inteiros .
Após um ano, o velho porteiro
Abre toda a sua grande porta
E uma voz muito mais potente
Grita além: primeiro de janeiro!
Pierre Menanteau: "Le premier jour de l'an"
Les sept jours frappent à la porte.
Chacun d'eux vous dit: Lève-toi!
Soufflant le chaud, soufflant le froid,
Soufflant des temps de toutes sortes,
Quatre saisons et leur escorte
Se partagent les douze mois.
Au bout de l'an, le vieux portier
Ouvre toute grande sa porte
Et d'une voix beaucoup plus forte
Crie à tout vent :Premier janvier!
MENANTEAU, Pierre. Œuvre poétique. Paris: Édition SOC & FOC, 2004.
Os sete dias batem à porta.
Cada um deles te diz: levanta-te!
Soprando o frio, soprando o quente,
Soprando os tempos de todo jeito,
As quatro estações e sua escolta
Partilham doze meses inteiros .
Após um ano, o velho porteiro
Abre toda a sua grande porta
E uma voz muito mais potente
Grita além: primeiro de janeiro!
Pierre Menanteau: "Le premier jour de l'an"
Les sept jours frappent à la porte.
Chacun d'eux vous dit: Lève-toi!
Soufflant le chaud, soufflant le froid,
Soufflant des temps de toutes sortes,
Quatre saisons et leur escorte
Se partagent les douze mois.
Au bout de l'an, le vieux portier
Ouvre toute grande sa porte
Et d'une voix beaucoup plus forte
Crie à tout vent :Premier janvier!
MENANTEAU, Pierre. Œuvre poétique. Paris: Édition SOC & FOC, 2004.
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