Prezado Adriano, Sei que isso não é coisa que se peça a um poeta, mas você poderia fazer uma pequena explanação do processo de construção deste poema? Se for possível, agradeço. Abraço fraterno! Mariano
O poema aqui, como defesa minha, foi trabalhado assim: eu queria fazer versos com uma sílaba tônica e que os versos descrevessem a leitura deles mesmos e dos livros quando estou lendo, virando páginas, sendo levado pelos vôos de todos os poemas - seriam pássaros? ou seriam víboras - porque fico envenenado quando os faço ou quando os leio. Depois que fiz o primeiro e o segundo versos, não sabia de imediato como tecer o terceiro, qual palavra: pus vôos para dar duplo sentido - voar e verbo ir: vou vendo os versos; vôos vendo - e um terceiro sentido: vendo do verbo vender: vendo-os : como pássaros ou como víboras. Todos os versos seguintes obedeceriam essa sistemática de sentidos e métrica. Percebi então que as palavras começavam com P e V e continuei usando palavras iniciando tais letras. O título foi o último: (PER) preposição porque era pelos versos que eu fazia o poema - sou perverso quanto à regra gramatical. Todo poema tem outros mistérios. Seria perversidade revelá-los por inteiro.
Prezado Adriano,
ResponderExcluirSei que isso não é coisa que se peça a um poeta, mas você poderia fazer uma pequena explanação do processo de construção deste poema?
Se for possível, agradeço.
Abraço fraterno!
Mariano
Caro Mariano,
ResponderExcluirO poema aqui, como defesa minha, foi trabalhado assim: eu queria fazer versos com uma sílaba tônica e que os versos descrevessem a leitura deles mesmos e dos livros quando estou lendo, virando páginas, sendo levado pelos vôos de todos os poemas - seriam pássaros? ou seriam víboras - porque fico envenenado quando os faço ou quando os leio. Depois que fiz o primeiro e o segundo versos, não sabia de imediato como tecer o terceiro, qual palavra: pus vôos para dar duplo sentido - voar e verbo ir: vou vendo os versos; vôos vendo - e um terceiro sentido: vendo do verbo vender: vendo-os : como pássaros ou como víboras. Todos os versos seguintes obedeceriam essa sistemática de sentidos e métrica. Percebi então que as palavras começavam com P e V e continuei usando palavras iniciando tais letras. O título foi o último: (PER) preposição porque era pelos versos que eu fazia o poema - sou perverso quanto à regra gramatical. Todo poema tem outros mistérios. Seria perversidade revelá-los por inteiro.
Abraço forte!
Adriano Nunes.